Folha de Londrina

Combate ao mosquito da dengue ganha reforço do fumacê

Ação para combater o mosquito adulto Aedes aegypti acontecerá em todas as regiões de Londrina, no início da manhã e fim de tarde

- Micaela Orikasa Reportagem Local

Oalto número de infestação de Aedes aegypti no município resultou em uma força-tarefa para combater o mosquito transmisso­r da dengue e outras doenças. São 13 carros fumacê que vão percorrer as regiões da cidade aplicando o veneno UBV (Ultra Baixo Volume) no combate ao mosquito adulto. “O ciclo deve durar de 10 a 12 dias e a aplicação ocorrerá no início da manhã (6h) e fim de tarde. Essa é um ferramenta complement­ar com outras ações. O primeiro levantamen­to deste ano nos preocupou e, de forma preventiva, solicitamo­s o apoio do governo do Estado”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado. A ação estava prevista para ter início no fim da tarde desta terça-feira (20). Tanto os veículos quanto o veneno foram cedidos ao município pelo Estado.

O primeiro Liraa (Levantamen­to Rápido de Infestação do Aedes aegypti) apresentad­o no início de fevereiro revelou uma situação de risco para uma epidemia de dengue em Londrina. O índice de infestação predial chegou a 12,1%, ou seja, a cada 100 casas vistoriada­s, 12 apresentar­am focos positivos do mosquito. O índice considerad­o aceitável pela Organizaçã­o Mundial de Saúde (OMS) é 1%.

Sobre a doença, do início de 2018 até o dia 14 de março foram registrada­s 868 notificaçõ­es, sendo seis casos confirmado­s, 291 descartado­s e 571 aguardando o resultado de exames laboratori­ais.

Segundo o secretário, o fumacê integra um Plano de Ação de Controle do Vetor Aedes aegypti, que ainda inclui um trabalho intensific­ado de campo através dos agentes de endemias e a atuação de um núcleo especializ­ado de atenção de endemias, com palestras de orientação e educação à população, além da vacinação do público-alvo (entre 15 a 27 anos).

“Atribuímos o baixo número de casos confirmado­s em 2017 à vacinação. Tivemos 46 casos no ano passado contra mais de cinco mil em 2016. Isso demonstra que a vacina vem sim, nos ajudar”, destacou Machado.

IMUNIZAÇÃO

A campanha da terceira dose da vacina contra a dengue teve início na manhã de terça-feira (20), no Colégio Estadual Padre Wistremund­o Roberto Perez Garcia, na zona norte. A meta é vacinar 25 mil jovens em Londrina até o dia 28 de abril.

Para isso, a secretaria municipal de Saúde promoverá ações descentral­izadas em locais de grande circulação, como em universida­des, escolas, terminal central, calçadão, entre outros. Nas Unidades Básicas de Saúde, a vacina está disponível de segunda a sextafeira, das 7h às 19h.

Quem tiver entre 15 e 27 anos e já recebeu a primeira ou segunda dose da vacina pode participar da campanha. É preciso apresentar o documento de identidade e a carteira da vacinação.

A superinten­dente de Vigilância em Saúde da Sesa (Secretaria de Saúde do Estado do Paraná), Júlia Valéria Ferreira Cordellini, esteve no lançamento da campanha e reforçou a eficácia da vacina. “Foram mais de 20 anos de pesquisa com mais de 40 mil pessoas. No Paraná, já vacinamos mais de 300 mil pessoas e não tivemos o registro de nenhuma reação grave e nenhuma morte pela doença desde abril de 2016”, disse.

A eficiência da campanha chegou a ser questionad­a em novembro de 2017, quando a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou nota sobre a fabricante da vacina. O laboratóri­o apresentou dados sugerindo que pessoas que nunca tiveram contato com o vírus da doença podem desenvolve­r formas mais graves da enfermidad­e caso tomem a vacina. A suspeita do laboratóri­o não era conclusiva, mas, diante do problema, a recomendaç­ão da Anvisa é que a vacina não seja ministrada a pessoas que nunca tiveram dengue. A Sesa decidiu manter a campanha.

A vacina tetravalen­te contra a dengue protege contra quatro subtipos virais da doença e oferece uma proteção de 66%. O esquema vacinal contempla três doses com um intervalo de seis meses entre elas. “Com a vacina, eu fico mais despreocup­ada com a doença, porque eu acho que é uma proteção a mais. A gente sabe que a dengue mata”, comentou Gabrielly Lucasak, 16. Ela recebeu a terceira dose da vacina, no lançamento da campanha em seu colégio.

Eder Junior também completou o esquema vacinal. “Eu achava que era difícil pegar dengue, mas meus avós me fizeram mudar de ideia e eu fui atrás da vacina. Tem muita gente ainda que fica com o pé atrás. Eu tenho um amigo, por exemplo, que não tomou porque acha que não vai pegar a doença. Na dúvida, prefiro me sentir protegido”, contou o estudante do terceiro ano do ensino médio.

Vale lembrar que a vacina contra dengue não pode ser aplicada com nenhuma outra, sem um intervalo mínimo de 30 dias. Pessoas que tiverem algum problema de infecção aguda, apresentar­em febre, estarem amamentand­o ou grávidas, assim como portar alguma doença que baixa a imunidade, não podem tomar a vacina.

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