Combate ao mosquito da dengue ganha reforço do fumacê
Ação para combater o mosquito adulto Aedes aegypti acontecerá em todas as regiões de Londrina, no início da manhã e fim de tarde
Oalto número de infestação de Aedes aegypti no município resultou em uma força-tarefa para combater o mosquito transmissor da dengue e outras doenças. São 13 carros fumacê que vão percorrer as regiões da cidade aplicando o veneno UBV (Ultra Baixo Volume) no combate ao mosquito adulto. “O ciclo deve durar de 10 a 12 dias e a aplicação ocorrerá no início da manhã (6h) e fim de tarde. Essa é um ferramenta complementar com outras ações. O primeiro levantamento deste ano nos preocupou e, de forma preventiva, solicitamos o apoio do governo do Estado”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado. A ação estava prevista para ter início no fim da tarde desta terça-feira (20). Tanto os veículos quanto o veneno foram cedidos ao município pelo Estado.
O primeiro Liraa (Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti) apresentado no início de fevereiro revelou uma situação de risco para uma epidemia de dengue em Londrina. O índice de infestação predial chegou a 12,1%, ou seja, a cada 100 casas vistoriadas, 12 apresentaram focos positivos do mosquito. O índice considerado aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é 1%.
Sobre a doença, do início de 2018 até o dia 14 de março foram registradas 868 notificações, sendo seis casos confirmados, 291 descartados e 571 aguardando o resultado de exames laboratoriais.
Segundo o secretário, o fumacê integra um Plano de Ação de Controle do Vetor Aedes aegypti, que ainda inclui um trabalho intensificado de campo através dos agentes de endemias e a atuação de um núcleo especializado de atenção de endemias, com palestras de orientação e educação à população, além da vacinação do público-alvo (entre 15 a 27 anos).
“Atribuímos o baixo número de casos confirmados em 2017 à vacinação. Tivemos 46 casos no ano passado contra mais de cinco mil em 2016. Isso demonstra que a vacina vem sim, nos ajudar”, destacou Machado.
IMUNIZAÇÃO
A campanha da terceira dose da vacina contra a dengue teve início na manhã de terça-feira (20), no Colégio Estadual Padre Wistremundo Roberto Perez Garcia, na zona norte. A meta é vacinar 25 mil jovens em Londrina até o dia 28 de abril.
Para isso, a secretaria municipal de Saúde promoverá ações descentralizadas em locais de grande circulação, como em universidades, escolas, terminal central, calçadão, entre outros. Nas Unidades Básicas de Saúde, a vacina está disponível de segunda a sextafeira, das 7h às 19h.
Quem tiver entre 15 e 27 anos e já recebeu a primeira ou segunda dose da vacina pode participar da campanha. É preciso apresentar o documento de identidade e a carteira da vacinação.
A superintendente de Vigilância em Saúde da Sesa (Secretaria de Saúde do Estado do Paraná), Júlia Valéria Ferreira Cordellini, esteve no lançamento da campanha e reforçou a eficácia da vacina. “Foram mais de 20 anos de pesquisa com mais de 40 mil pessoas. No Paraná, já vacinamos mais de 300 mil pessoas e não tivemos o registro de nenhuma reação grave e nenhuma morte pela doença desde abril de 2016”, disse.
A eficiência da campanha chegou a ser questionada em novembro de 2017, quando a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou nota sobre a fabricante da vacina. O laboratório apresentou dados sugerindo que pessoas que nunca tiveram contato com o vírus da doença podem desenvolver formas mais graves da enfermidade caso tomem a vacina. A suspeita do laboratório não era conclusiva, mas, diante do problema, a recomendação da Anvisa é que a vacina não seja ministrada a pessoas que nunca tiveram dengue. A Sesa decidiu manter a campanha.
A vacina tetravalente contra a dengue protege contra quatro subtipos virais da doença e oferece uma proteção de 66%. O esquema vacinal contempla três doses com um intervalo de seis meses entre elas. “Com a vacina, eu fico mais despreocupada com a doença, porque eu acho que é uma proteção a mais. A gente sabe que a dengue mata”, comentou Gabrielly Lucasak, 16. Ela recebeu a terceira dose da vacina, no lançamento da campanha em seu colégio.
Eder Junior também completou o esquema vacinal. “Eu achava que era difícil pegar dengue, mas meus avós me fizeram mudar de ideia e eu fui atrás da vacina. Tem muita gente ainda que fica com o pé atrás. Eu tenho um amigo, por exemplo, que não tomou porque acha que não vai pegar a doença. Na dúvida, prefiro me sentir protegido”, contou o estudante do terceiro ano do ensino médio.
Vale lembrar que a vacina contra dengue não pode ser aplicada com nenhuma outra, sem um intervalo mínimo de 30 dias. Pessoas que tiverem algum problema de infecção aguda, apresentarem febre, estarem amamentando ou grávidas, assim como portar alguma doença que baixa a imunidade, não podem tomar a vacina.