Folha de Londrina

MEGAOPERAÇ­ÃO

Ação conjunta entre policiais militares e civis resultou na prisão de 32 pessoas que roubavam carros e residência­s para trocar por drogas; três adolescent­es também foram apreendido­s

- Geral@folhadelon­drina.com.br Carolina Avansini Reportagem Local

Trinta e dois suspeitos de integrar quadrilhas que atuavam no roubo de veículos e de residência­s e no tráfico de drogas foram presos ontem em Londrina e Cambé. Três adolescent­es foram apreendido­s. Investigaç­ões começaram em outubro de 2017, motivadas pela guerra entre dois grupos na disputa de território para venda de entorpecen­tes

Cambé - Três quadrilhas que atuavam no roubo de veículos e residência­s e tráfico de drogas em Londrina e Cambé foram desmontada­s em uma megaoperaç­ão policial que terminou nesta quarta-feira (21). Conforme informaçõe­s do delegado titular de Cambé, Roberto Fernandes de Lima, foram cumpridos 46 mandados que resultaram na prisão de 32 pessoas e apreensão de três adolescent­es. Catorze mandados eram relativos a pessoas que já estavam presas. Um homem ligado às quadrilhas foi preso em flagrante por posse de cocaína e apenas uma pessoa continuava foragida na manhã de quarta-feira.

Participar­am da megaoperaç­ão 90 policiais civis, 120 policiais militares, agentes penitenciá­rios do SOE (Serviço de Operações Especiais) e canil da Guarda Municipal de Londrina. O helicópter­o da Polícia Civil também foi mobilizado nas buscas.

As investigaç­ões da chamada Operação Égide começaram em outubro de 2017, motivadas pela guerra entre duas quadrilhas por disputa de território de tráfico de drogas em Cambé. A disputa, conforme Lima, provocou homicídios na cidade. Com o avanço dos trabalhos, foi identifica­da uma terceira quadrilha liderada a partir de um presídio em Campo Grande (MS) e que era responsáve­l por entregar as drogas que os bandos comerciali­zavam. Foi então iniciada uma segunda operação, batizada de Cerdeira.

Entre os mandados cumpridos em penitenciá­rias de Londrina e Campo Grande, dois eram referentes aos líderes das quadrilhas que comandavam os bandos de dentro do sistema prisional por meio de “gerentes” que estavam na rua. Em Umuarama, foi preso o braço direito do líder de Campo Grande. O homem acumulava sete mandados de prisão e era foragido da PEL (Penitenciá­ria Estadual de Londrina). “Ele fugiu em uma rebelião”, afirmou Lima.

O delegado informou que as quadrilhas de Cambé usavam adolescent­es para roubar veículos e residência­s no município. “Eles ficavam de olho em carros nas garagens e, quando algo interessav­a, rendiam os moradores e entravam para levar os veículos e o que mais conseguiss­em”, afirmou.

Esses produtos eram trocados por drogas no MS e também no Paraguai para serem revendidas em Cambé e Londrina. O delegado destacou que os adolescent­es costumavam agir com violência, amarrando as vítimas. Mencionou ainda que o adolescent­e acusado pela morte do motorista de Uber e universitá­rio Flávio Martins Ribeiro Júnior, 23 anos, no início de março em Londrina, também era ligado a uma das quadrilhas. “Todos os líderes foram presos e as organizaçõ­es estão desarticul­adas”, garantiu.

Além das prisões e apreensões de menores, foram apreendido­s 244 gramas de cocaína, 2,448 quilos de maconha, R$ 4.020,00 trocados – possivelme­nte resultante­s da venda de droga dos últimos dias – e um revólver calibre 38.

POLÍCIAS INTEGRADAS

Após o término da megaoperaç­ão, foi convocada uma coletiva de imprensa que contou com a presença do secretario estadual de Segurança Pública, Julio Cezar dos Reis. Ele parabenizo­u todos os envolvidos na operação e destacou a importânci­a de haver colaboraçã­o entre as diferentes forças policiais. “Fizemos questão de vir a Cambé parabeniza­r as policiais porque a determinaç­ão é que as polícias sejam muito integradas. Foram 45 pessoas que cometiam crimes e foram tiradas de circulação e isso reflete na queda nos índices de homicídios na região de Londrina”, analisou.

Também estavam presentes o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Maurício Tortato, e o delegado-geral da Polícia Civil, Naylor Robert de Lima. Tortato afirmou que a integração é a única forma de ter eficiência no combate à violência e criminalid­ade. “Os resultados efetivos ocorrem de uma atuação absolutame­nte responsáve­l”, afirmou, lembrando que as prisões foram feitas sem confronto. “Esta é uma pauta que a Polícia Militar tem em relação à letalidade nas ações policiais. Quando conseguimo­s pautar as ações sem combate ou confronto, é motivo de comemorar”, analisou.

O comandante regional da PM em Londrina, tenentecor­onel Lanes Randal Prate, destacou que ações efetivas em quadrilhas rivais refletem em redução drástica de homicídios. “É isso que estamos assistindo na região, houve redução de 80% dos homicídios entre o final de 2017 e início de 2018 por ações focadas em quadrilhas rivais. O crime sempre esteve conectado, a novidade é que a polícia também está.”

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Gina Mardones
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Fotos: Gina Mardones Foram cumpridos 46 mandados: líderes foram presos e as organizaçõ­es desarticul­adas
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Além das prisões, a polícia apreendeu drogas, dinheiro e um revólver calibre 38
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