Preso pela ZR3 vira réu em outro processo
O juiz da 3ª Vara Criminal de Londrina, Juliano Nanuncio, aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público contra o servidor municipal Ossamu Kaminakagura por posse ilegal de arma de fogo. Três revólveres calibre 32, uma carabina 44 e uma garrucha 38 foram encontradas por policiais do Gaeco (Grupo de Atuação Especial ao Crime Organizado) no apartamento do funcionário público, na rua Hugo Cabral, centro da cidade, durante cumprimento de mandados da Operação ZR3, que apura um possível esquema de corrupção entre vereadores e empresários para mudanças pontuais de zoneamento.
Kaminakagura e Vander Mendes Ferreira - que voltou para a prisão na última terçafeira - são os únicos dos 13 réus que continuam na cadeia. O servidor foi detido em 28 de fevereiro em desdobramentos da investigação. Alguns denunciados, como os vereadores afastados Rony Alves (PTB) e Mário Takahashi (PV ), permanecem com tornozeleiras eletrônicas, enquanto outros, como a expresidente do Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano), Ignês Dequech, e o ex-secretário do Ambiente na gestão Alexandre Kireeff, Cleuber Brito, livraram-se do monitoramento.
O advogado Gabriel Bertin, que defende Kaminakagura, aguarda a análise de um habeas corpus protocolado no início deste mês no Tribunal de Justiça e a apreciação de outros recursos impetrados em primeiro grau. Além das armas, localizadas em uma das salas do imóvel, o Gaeco afirma ter apreendido 73 munições calibre 38 e 45 cápsulas 44 no interior de um guarda-roupas. Segundo um laudo de confronto balístico do Instituto de Criminalística, encomendado a pedido do delegado Alan Flore, apenas a garrucha apresentou problemas na hora dos disparos.
“Elas eram enfeites e herança de família, que estavam em uma redoma de vidro e sem nenhum potencialidade lesiva. Não seriam usadas, até porque estavam em um lugar fechado”, comentou Bertin. A defesa tem 10 dias para responder à acusação do Ministério Público. Na ZR3, Ossamu Kaminakagura foi denunciado por corrupção passiva e organização criminosa. Os 13 réus arrolaram mais de 70 testemunhas no processo, que tramita na 2ª Vara Criminal de Londrina.