Folha de Londrina

Empresário investigad­o volta à prisão

- Luís Fernando Wiltemburg Reportagem Local

O desembarga­dor José Maurício Pinto de Almeida, do TJ (Tribunal de Justiça) do Paraná, cassou nesta terça-feira (20) a liminar que suspendeu a prisão preventiva do empresário Vander Mendes Ferreira, detido a pedido do Ministério Público por suspeita de integrar o esquema investigad­o na Operação ZR-3, de supostos pagamento de propina para mudanças de zoneamento em Londrina. Monitorado por tornozelei­ra eletrônica desde que deixou o sistema prisional, ele voltou a ser preso momentos após o despacho, em frente ao escritório de seu advogado, e levado para a PEL 1 (Penitenciá­ria Estadual de Londrina 1).

Ferreira foi detido no dia 28 de fevereiro, junto com o empresário e suposto lobista Luiz Guilherme Alho e com o servidor público municipal Ossamu Kaminakagu­ra. Eles e outras dez pessoas foram denunciado­s à Justiça por atuarem de forma a facilitar alterações de zoneamento para benefícios particular­es mediante pagamentos de propina. Uma semana depois, no dia 7 de março, Ferreira conseguiu habeas corpus no TJ, com caráter de liminar, e voltou a ser monitorado por tornozelei­ra eletrônica.

Na nova liminar, o desembarga­dor Almeida não concordou com as argumentaç­ões da defesa, de que não haveria fato novo que justificas­se a prisão preventiva, de que a fundamenta­ção era frágil e que o réu tem residência fixa e é primário – assim, segundo a defesa, a prisão preventiva provocaria um constrangi­mento ilegal. A nova prisão preventiva foi decretada por Almeida também em caráter provisório, sem apreciação do mérito.

O advogado Alfeu Brassaroto Júnior, que defende Ferreira, considera que seu cliente vive uma injusta inseguranç­a jurídica. “Ele foi preso mesmo sem desrespeit­ar as medidas cautelares impostas no início da operação. Uma semana depois, ele é solto e volta a cumprir as medidas cautelares e, mesmo sem desrespeit­á-las de novo, mesmo sem cometer novos delitos, volta a ser preso duas semanas depois”, recorda o advogado, que deve aguardar o julgamento do mérito dos recursos interposto­s e avalia um pedido de reconsider­ação ou mesmo um novo HC.

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