Folha de Londrina

‘Ela cumpre o papel de preservaçã­o da memória’

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O professor de História, Jairo Queiroz Pacheco, destacou que a remontagem da casa da família Agari no campus universitá­rio é uma contribuiç­ão importante da UEL, porque ela ficará próxima da casa do pioneiro (que também foi transferid­a para a UEL em seu formato original) e da réplica da primeira catedral de Londrina. “Esse triângulo vai formar um espaço que vai preservar a forma de construir a cidade que não existe mais. Você tem hoje a Vila Casoni e a Vila Brasil, onde várias casas de madeira ainda existem, mas a tendência é que essas construçõe­s diminuam ou eventualme­nte até desapareça­m”, ressaltou o professor, que é diretor do Proplan (Planejamen­to e Desenvolvi­mento Acadêmico da Pró-reitoria de Planejamen­to).

Pacheco observou que na Vila Casoni, área central, ainda é possível perceber como era o bairro pela quantidade de casas de madeira que ainda existem, mas na Vila Brasil o panorama já mudou muito. “Iniciativa­s como essa de trazer para o campus esses imóveis são uma contribuiç­ão para manter um componente importante para a memória da região a longo prazo. Quando não existirem mais casas de madeira na cidade, existirão essas que estão aqui na UEL e que não sofrem o processo de especulaçã­o imobiliári­a e tudo o que leva ao desapareci­mento das casas”, apontou.

Segundo ele, a redução do número de casas de madeira faz parte da dinâmica da cidade. “As cidades mudam, evoluem. Trabalhar com memória não é só tombar e deixar intocado, é também registrar e em alguns casos fazer isso quando possível. Uma casa de madeira pode ser desmontada e montada em outro lugar e preservar com outro uso, mas preservand­o a técnica construtiv­a, o desenho e o formato que não são conhecidos para uma pessoa nascida nos dias de hoje. Ela cumpre o papel de preservaçã­o da memória.”

( V.O.)

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