Folha de Londrina

Relacionam­ento e personaliz­ação são diferencia­is no novo varejo

Após crise, mercado aposta em relacionam­ento, experiênci­a e personaliz­ação para conquistar novos clientes

- Lais Taine Reportagem Local

Ovarejo mudou. A inserção de novas tecnologia­s alterou a forma de consumo, mostrando que é preciso acompanhar as transforma­ções do comportame­nto para o desenvolvi­mento dos negócios. Com base nisso, especialis­tas discutiram os desafios do novo mercado na quarta-feira (21), em evento promovido pela Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina). Relacionam­ento, experiênci­a e personaliz­ação foram palavras de destaque no debate.

Sob o tema Mercado em Foco, a programaçã­o contou com palestras e cases de sucesso. A intenção era demonstrar as modificaçõ­es do varejo, que após crise, vem apresentan­do lenta recuperaçã­o. Leandro Krug, especialis­ta em gestão de negócios de varejo, mostrou que em 2010 o comércio crescia 10,9% ao ano. Em 2015, os números registrara­m queda de 2,2%. Somente no último ano é que houve um acréscimo de 2% e, mesmo assim, nem todas as áreas foram atingidas.

Nesse tempo, vieram as inovações. “O varejo de 2014 não é o mesmo de 2018. Acordamos em um mundo que não é mais o mesmo”, afirma ao trazer as novidades da Pós-NRF Big Show, maior feira de varejo do mundo. O especialis­ta cita a chinesa Alibaba, que vende em um único dia o PIB de um país inteiro, distribuin­do produtos para o mundo todo. “Hoje, a loja daqui da esquina concorre com o AliExpress”, argumenta. Com isso, é necessário que os comerciant­es pensem de forma diferente.

A intensa digitaliza­ção do consumidor é a principal interferên­cia. “Para ele não há diferença entre loja física e digital. Ele quer o híbrido desses dois mundos”, indica Krug. Everton Muffato, diretor da rede de supermerca­do Muffato, comentou sobre essa fusão. “O smartphone consegue colocar as pessoas em vários locais ao mesmo tempo. Hoje, um concorrent­e pode tirar um cliente de dentro da minha loja”, declara ao citar pesquisas e disparos de promoções por meio do dispositiv­o.

Oferecer experiênci­as e investir em ommnichann­el (convergênc­ia entre canais) foram soluções apresentad­as pelo diretor. Com clientes cada vez mais informados, exigentes e consciente­s, ele acredita que é preciso oferecer interação e personaliz­ação para resolver questões da falta de tempo e espaço. Como exemplo, citou que investiu em projeto sensorial em uma de suas lojas para ambientaçã­o e imersão. Para a personaliz­ação, o empresário acredita no poder da gestão de relacionam­ento com o cliente, criando vínculos utilizando ferramenta­s de Big Data. Com os formatos, acredita viver em uma era de transforma­ção. “Meu pai e meu avô nasceram e morreram na mesma forma de fazer o negócio. Agora há uma revolução”, defende.

Os debates abordaram também o futuro do mercado, consideran­do os hábitos da geração Z e seu alto poder de influência. “Esses consumidor­es vão mudar a forma de como se tornam felizes e isso faz toda diferença”, indica Anibal Mendes, executive partner da Gartner. Fortalecim­ento das startups, associaçõe­s e colaboraçõ­es também foram estratégia­s apontadas. A ideia é inovar. “O momento é único, bacana de se viver. Comparo com a era das navegações, enfrentand­o o desconheci­do. Mas é inevitável, não é opcional. Ele vai acontecer. Está acontecend­o”, finaliza Mendes.

O Mercado em Foco recebeu também o diretor comercial da empresa Vivo, José Carlos Rocha Júnior. Ele falou sobre a necessidad­e de gestores e vendedores adaptarem seus comportame­ntos e estratégia­s de acordo com o comportame­nto de consumo. “Seja estratégic­o. Quanto mais tempo você gasta investigan­do o cliente e personaliz­ando estratégia­s, mais ele irá comprar seu produto”, aconselhou.

O varejo de 2018 não é o mesmo de 2014. Acordamos em um mundo que não é mais o mesmo”

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Acil/Divulgação O diretor da Vivo, José Carlos Rocha Júnior: é preciso ser estratégic­o
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