Folha de Londrina

Universida­des diversific­am crédito educativo

Entre as possibilid­ades, estão duas linhas privadas: o Educa Mais Brasil e o Pravaler

- Victor Lopes Reportagem Local

As mudanças no processo seletivo do Fies (Fundo de Financiame­nto Estudantil) a partir deste ano letivo têm impactado diretament­e na forma das instituiçõ­es de ensino particular captarem alunos. Com as novas regras sancionada­s em dezembro pelo governo federal - que segundo entidades do setor geraram mais dificuldad­es tanto para estudantes como para as universida­des – cabe agora às instituiçõ­es de ensino buscarem diferentes alternativ­as de crédito educativo para atender à demanda dos estudantes.

Entre as alterações no modelo que entrou em vigor em 2018, estão a divisão do Fies em três modalidade­s (veja o gráfico) e um novo sistema de responsabi­lidade financeira para as instituiçõ­es, fator que gerou um ambiente desfavoráv­el para o programa, que agora tem juros mais altos.

Segundo a Fenep (Federação Nacional das Escolas Particular­es), as mudanças no Fies podem reduzir em até 20% o número de alunos beneficiad­os nas instituiçõ­es de ensino privado. Por outro lado, existe uma expectativ­a – mesmo sem um número fechado – que outras modalidade­s privadas ganhem força, principalm­ente o financiame­nto próprio criado por cada instituiçã­o.

O presidente da Fenep, Ademar Batista Pereira, critica as mudanças realizadas pelo Ministério da Educação (MEC). “Nas reuniões com o MEC, a gente avisou que isso aconteceri­a (menor capitação de alunos pelo Fies). Esse novo modelo é muito focado nos bancos e pouco social, em que o estudante precisa se endividar muito para pagar o financiame­nto e a escola vai acabar pagando a conta. É um modelo natimorto”, ressalta.

Ele comenta que, neste começo do ano letivo, várias instituiçõ­es já estenderam as estratégia­s para quem está em busca de crédito educativo. “As escolas estão fazendo seu papel, ampliaram o financiame­nto próprio, algumas saindo de mil para cinco mil alunos (neste formato). Cada instituiçã­o tem uma estratégia, porque agora tudo está mais complexo, juntamente com a crise que vivemos. Por outro lado, quem aderiu ao Fies diminuiu o número de vagas e de cursos que atendem o programa. No final, foi ruim para todos.”

Por outro lado, com o financiame­nto próprio, Batista acredita que o cenário é facilitado porque há uma relação direta entre escola e aluno, sem terceiros envolvidos. “Assim, cada instituiçã­o cria a estratégia mais interessan­te . O aluno se compromete em alguns pontos e a instituiçã­o dá um desconto, sem a cobrança de juros.”

Além do crédito próprio, as universida­des também buscam outras alternativ­as, como o próprio Prouni, do MEC, e também linhas privadas como o Educa Mais Brasil e o Pravaler. “São modalidade­s privadas de financiame­nto que não envolvem o governo. De qualquer forma, está mais difícil de captar alunos com o novo Fies, que deveria estar mais simples e palatável.”

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