A imprensa no combate às fake news
AGoogle, gigante de buscas na internet, está preocupada com o crescimento da desinformação no ambiente digital e fez um anúncio importante. Vai investir US$ 300 milhões em uma iniciativa - a GNI (Google News Initiative) –, que inclui mudanças na maneira como a plataforma apresentará conteúdo. A proposta visa combater às chamadas fake news, que mostraram, nos últimos dias, em ataques gratuitos à vereadora assassinada Marielle Franco, como as notícias falsas podem ser cruéis e injustas. A partir desse projeto, o Google pretende elevar e fortalecer o jornalismo de qualidade. É o reconhecimento da imprensa séria como uma fonte riquíssima de conteúdo de credibilidade. Tanto que o vice-presidente sênior da multinacional, Philipp Schindler, declarou que as pessoas vêm ao Google para procurar por informações que possam confiar, e essa informação, disse Schindler, costuma vir de matérias de jornalistas e veículos de notícias em todo o mundo. A gigante das buscas também pretende evoluir os modelos de negócios para promover um crescimento sustentável dos veículos de comunicação e empoderar essas empresas com inovações tecnológicas.
É uma ótima notícia. A desinformação deve ser combatida e a imprensa tem um papel de extrema importância nesse trabalho, principalmente em 2018, ano de eleições no Brasil. Antes do Google anunciar essas mudanças, o próprio TSE (Tribunal Superior Eleitoral) já havia convocado os veículos de comunicação a ajudarem o Brasil a fazer uma eleição limpa, ajudando a população a identificar notícias falsas que possam ajudar ou destruir um candidato. Voltando ao Google, a empresa também se comprometeu a atuar mais na identificação das mídias sintéticas, como vídeos alterados digitalmente para fazer com que uma pessoa pareça ter dito o que não disse. Há outra preocupação: o uso de robôs que multiplicam as fake news incansavelmente. A melhor estratégia contra a desinformação é a informação verdadeira e a consciência de onde encontrá-las. Eis uma grande missão da imprensa.
É o reconhecimento da imprensa séria como uma fonte riquíssima de conteúdo de credibilidade”