Folha de Londrina

Família cobra solução rápida do caso Marielle

- Igor Gadelha Agência Estado Luis Macedo/Câmara dos Deputados (Colaborou Célia Froufe)

Brasília - Mônica Benício, viúva da vereadora carioca Marielle Franco (Psol), morta a tiros na semana passada, cobrou rapidez na resolução do crime em sessão desta quinta-feira (22), na Câmara dos Deputados: “A luta de Marielle não terminou com a morte dela”. Anielle Franco, irmã da vítima, também participou da cerimônia.

“As autoridade­s brasileira­s competente­s não devem só a mim a satisfação sobre o que aconteceu com minha mulher, porque isso não vai trazê-la de volta, mas devem ao mundo o respeito e a satisfação do que aconteceu nesse crime bárbaro”, disse Mônica em rápido discurso na tribuna da Câmara, em sessão solene do Dia Internacio­nal do Direito à Verdade.

“Quero entender por que fizeram isso com ela. Pelas causas que ela defendia? Acho que não. Porque se fosse assim muita gente era para estar morta hoje em dia”, afirmou Anielle. “Independen­temente de posição política, ninguém merece morrer como ela morreu”, completou.

Na quarta-feira, 21, o Psol ingressou com uma representa­ção no Conselho de Ética da Câmara contra o deputado Alberto Fraga (DEMDF), sob acusação de quebra de decoro parlamenta­r pela divulgação de informaçõe­s falsas sobre Marielle.

Na sexta-feira passada, ele publicou no Twitter um comentário em que apontava suposta relação entre a vereadora e uma organizaçã­o criminosa. A publicação foi removida da internet no domingo (18), após protestos dos internauta­s.

No caminho até o plenário da Câmara, Anielli e Mônica cruzaram com Fraga, que é coordenado­r da chamada bancada da bala, mas não houve reação de nenhum dos dois lados. Durante a sessão, a irmã da vereadora chegou a dizer que a família está muito “sentida” com mentiras sobre Marielle.

A apreciação do processo de quebra de decoro parlamenta­r vai ficar a cargo de um colegiado que não costuma punir comentário­s e manifestaç­ões públicas de deputados, sob a alegação de que parlamenta­res têm o direito inviolável de manifestaç­ão pública de suas opiniões.

Autora do pedido para a realizar a sessão solene, a deputada Luiza Erundina (Psol-SP) homenageou a colega. “Marielle Franco deu sua vida pelos direitos humanos,

REPERCUSSíO

O caso Marielle continua ganhando a atenção da mídia internacio­nal. A revista britânica The Economist trata o assunto na edição desta semana. Para o semanário, que destacou os protestos nas ruas, o crime vai estar na cabeça dos brasileiro­s nas eleições de outubro.

Ainda de acordo com a The Economist, a intervençã­o na segurança, com uso dos militares, fez sentido político. Mas, para a revista, há poucas razões para acreditar que as Forças Armadas vão ter sucesso.

Viúva e irmã da vereadora assassinad­a participar­am de sessão na Câmara no Dia Internacio­nal do Direito à Verdade

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Anielle e Mônica na tribuna: “A luta de Marielle não terminou com a morte dela”

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