Folha de Londrina

Educação faz mutirão para encaminhar crianças a creches

Falta de vagas foi tema de reunião pública na Câmara Municipal de Londrina

- Carolina Avansini Reportagem Local

Asecretari­a municipal de Educação realiza nesta sexta-feira (23) e no sábado um mutirão para agendar entrevista­s e agilizar encaminham­entos de crianças que estão na fila de espera para conseguir uma matrícula na educação infantil. O assunto foi tema de uma reunião pública organizada na quartafeir­a (21) pela Comissão de Educação da Câmara Municipal de Londrina, presidida pelo vereador Amauri Cardoso (PSDB). No evento, a falta de vagas para crianças menores de três anos e a suspensão do período integral para os maiores foram assunto de discussão.

Uma mudança na legislação tornou obrigatóri­a a matricula de todas as crianças brasileira­s na educação básica a partir dos quatro anos de idade. A adequação passou a ser cobrada em 2016 e, para se adaptar, a secretaria municipal passou a atender crianças com mais de quatro anos em período parcial, o que causa dificuldad­es às famílias que não têm onde deixar os filhos no restante do dia.

Atualmente, conforme informaçõe­s da secretaria, são atendidos na rede 6.447 crianças de até três anos em período integral. Já as crianças de quatro e cinco anos – que somam 9.066 alunos – são atendidas apenas em período parcial. A fila de espera por uma vaga para crianças até três anos, cujo atendiment­o não é obrigatóri­o, passa de 1,7 mil meninos e meninas. De acordo com Junior César Dias de Jesus, gerente regional e de documentaç­ão escolar da secretaria, há 254 disponívei­s para essa faixa etária.

A auxiliar administra­tiva Fernanda Carneiro teve que optar por trabalhar em casa em alguns períodos para conseguir conciliar a rotina dos filhos Micaela, 11 meses, e Miguel, 4 anos. O menino estava matriculad­o em período integral em um CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil) até o 2017, mas passou a frequentar apenas no período da tarde em 2018 por causa das mudanças implantada­s pela secretaria. Micaela, prestes a completar um ano, está na fila da Central de Vagas para conseguir uma oportunida­de de frequentar a creche desde que nasceu, mas até agora não foi chamada.

“Não tenho condições de deixar os dois em escola particular, então a gente se vira como pode”, conta Carneiro, que cumpre parte da obrigações do emprego em casa e, quando não pode, contrata os serviços de uma senhora do bairro que cuida de várias crianças. “É difícil, porque faço trabalhos externos e não posso levar um filho para uma reunião, por exemplo. Trabalho em casa mas não tenho como cuidar de crianças no expediente. Acabo tendo despesas extras”, conta a mãe, que deixa a filha

“Estou na fila faz tempo e nunca tenho informaçõe­s coerentes”

caçula todos os dias aos cuidados da vizinha e o mais velho quando tem necessidad­e.

Ela participou da reunião pública na Câmara para denunciar a situação porque, apesar de ter procurado até mesmo o Conselho Tutelar, não encontrou solução. “As informaçõe­s são desencontr­adas e o critério para organizar as crianças na fila não é transparen­te. Estou na fila faz tempo e nunca tenho informaçõe­s coerentes”, denunciou.

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