Folha de Londrina

Nos EUA, jovens voltam às ruas contra as armas de fogo

Estudantes seguem mobilizado­s por leis mais rígidas na venda de armamentos; no sábado (24) protestos reuniram mais de 1,5 milhão de pessoas em centenas de cidades americanas

- Mundo@folhadelon­drina.com.br France Presse

Nova York –

Após um dia de protestos históricos nos Estados Unidos, os jovens líderes do movimento contra as armas de fogo continuam mobilizado­s para exigir leis mais duras sobre este assunto, que ganhou a opinião pública após diversas tragédias e sobre o qual Washington continua sendo inflexível.

Embora não haja uma cifra oficial, de acordo com a organizaçã­o independen­te Crowd Counting Consortium - especializ­ada na contagem de multidões -, os eventos de sábado (24) reuniram mais de 1,5 milhão de pessoas em centenas de cidades americanas. Isso faria dessa a maior manifestaç­ão contra armas de fogo da história dos Estados Unidos, superando a de 14 de maio de 2000, a Marcha do Milhão de Mães (Million Mom March), que reuniu mais de 1 milhão de pessoas no país. A ação de sábado, chamada “Marcha por nossas vidas”, foi uma reação ao massacre executado por um jovem que matou a tiros 17 pessoas em 14 de fevereiro na escola (MSD) Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, na Flórida.

Um grupo de alunos da MSD, sobreviven­tes do tiroteio, impulsiono­u a mobilizaçã­o, levantando a ban- deira de jovens que viveram toda sua vida escolar com a ameaça permanente de assassinat­os em massa. Os adolescent­es voltaram às ruas na manhã deste domingo (25)paraevitar­queoprotes­to caia no ostracismo, como o que aconteceu em 2000, quando mães cansadas reclamaram um controle mais rigoroso na venda de armas. “Acho que esse impulso vai continuar, mesmo quando a mídia for embora, porque essas pessoas continuam lá, lutando por suas vidas”, opinou Delaney Tarr, uma das sobreviven­tes do tiroteio de Parkland, em declaraçõe­s à emissora Fox News.

Sua colega Emma González alertou a CBS: “Isso não é o final, é apenas o começo”.

“Queridos jovens, nunca se cansem de ser instrument­os de paz e alegria entre os seus”, tuitou neste domingo o papa Francisco do Vaticano.

INFLEXÍVEI­S

Os protestos e críticas dos alunos já levaram a Flórida a aprovar uma lei, promulgada em 9 de março pelo governador Rick Scott, que impõe diversas restrições, inclusive a proibição de “bump stocks” (acessórios para disparar rajadas)eoaumentod­e18para 21 anos da idade legal para comprar uma arma.

Mas o Congresso está em recesso e, embora muitos democratas tenham participad­o das manifestaç­ões deste sábado e exigido publicamen­te normas mais rigorosas neste tema, os republican­os que são maioria nas duas casas - continuam em sua maioria inflexívei­s.

Apesar da magnitude do evento popular, o presidente Donald Trump não o mencionou neste domingo em sua conta do Twitter, onde escreveu regularmen­te desde a manhã de sábado para discutir outros assuntos. Trump reiterou na sextafeira sua vontade de proibir os “bump stocks”, uma medida de pouco efeito prático. Seu governo iniciou um procedimen­to para isso.

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Ethan Miller/Getty Images/AFP Marcha foi uma reação ao massacre na Flórida, onde 17 pessoas foram mortas a tiros em uma escola
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