Londrina, as chuvas e os alagamentos
Não precisa nem de tempestade. Basta uma chuva um pouco mais forte para que várias ruas de Londrina tornem-se intransitáveis por causa dos alagamentos. A cena tem se tornado comum nos últimos anos, levando a cidade a dramas parecidos com os vividos pela população dos grandes centros.
Reportagem publicada nesta terça-feira (27) na FOLHA discute o problema e traz números que preocupam: em 2014, no período de chuvas mais intensas - que são os três primeiros e os três últimos meses do ano -, a Defesa Civil não registrou ocorrência de alagamento no município. Já em 2016, foram dois registros e, entre outubro de 2017 e março de 2018, 31. O órgão registrou onze novos pontos de alagamento em 2017 e hoje já são 24 locais com alta frequência do problema na cidade.
As principais causas são o aumento das áreas de impermeabilização urbana e as mudanças climáticas, que interferem na forma de distribuição das chuvas, com um volume de água maior em um curto período de tempo. As mais afetadas são as regiões central e sul da cidade, incluindo o entorno dos lagos Igapó 1, 2 e 3.
As fortes enxurradas em diversos pontos também ameaçam a segurança das casas. Entre os dramas vividos pela população, a reportagem relata a história de um morador do Jardim Igapó que chegou a colocar uma chapa de aço em seu portão para evitar estragos causados pela força da água da chuva.
Segundo a Defesa Civil, o lixo que desce pelas galerias pluviais ajudam a sobrecarregar o sistema de drenagem. É fato que a cidade cresce e a administração municipal precisa fazer as intervenções necessárias, mas a população precisa dar a sua contribuição, com o simples ato de não jogar lixo nas ruas ou terrenos baldios.
Na última semana, a questão dos alagamentos foi discutida em uma reunião pública na Câmara Municipal. Grupo de trabalho deve atuar em diversas frentes, como a revisão da legislação e melhoria da fiscalização das normas municipais. Um dos pontos que merece atenção é o maior rigor na fiscalização da obrigatoriedade de manutenção de 20% de área permeável em cada lote.
Em 5 meses foram registrados 31 pontos de alagamento”