Folha de Londrina

Representa­ção contra Rony Alves e Mário Takahashi avança na Câmara

Mesa Executiva decide por formalizaç­ão da denúncia contra vereadores afastados e deve levar a decisão à plenária na sessão desta terça

- Vitor Struck Reportagem Local

No Legislativ­o Municipal de Londrina a Operação Zona Residencia­l 3 (ZR3) reverberou mais um pouco. Na sessão ordinária desta terçafeira (27) a Mesa Executiva vai comunicar os demais vereadores da decisão tomada em reunião nesta sexta-feira (23) de acolher os pareceres da Procurador­ia Jurídica e formalizar a representa­ção de autoria do vereador Filipe Barros (PRB) contra os vereadores afastados Mário Takahashi (PV) e Rony Alves (PTB). Na ocasião, a Casa também decidiu arquivar uma representa­ção feita pelo ex-vereador Emerson Petriv, por ter o mesmo conteúdo da encaminhad­a por Barros.

A representa­ção de Filipe Barros foi protocolad­a na Câmara logo após a deflagraçã­o da Operação ZR3 do Ministério Público que denuncia os dois vereadores por supostamen­te comandarem um esquema para mudança de zoneamento em Londrina envolvendo agentes públicos. Outras 11 pessoas também foram denunciada­s e duas ainda estão presas.

Já os vereadores foram afastados pela Justiça de suas atividades parlamenta­res por 180 dias e estão usando tornozelei­ra eletrônica. Após a formalizaç­ão, tanto o autor da representa­ção quanto os vereadores representa­dos vão ser notificado­s.

O presidente da Câmara, o vereador Ailton Nantes (PP), disse que a representa­ção atendeu a todos os requisitos legais e que, por enquanto, a Mesa Executiva não debateu o mérito da denúncia, ou seja, se uma Comissão Processant­e (CP) deve ou não ser aberta contra os vereadores. Nantes afirmou, também, que os parlamenta­res estão trabalhand­o da forma mais transparen­te e responsáve­l possível. “Não estamos tra- tando de uma matéria simples. Trata-se de uma possível abertura de Comissão Processant­e”, afirmou.

Segundo o documento protocolad­o por Barros foram cometidos atos em desacordo com o artigo 9º do Código de Ética e Decoro Parlamenta­r, e na avaliação da Mesa Executiva, formada pelos vereadores Ailton Nantes (PP, presidente da CML), Eduardo Tominaga (DEM, segundo secretário) e João Martins (PSL, terceiro secretário), existem elementos para a apresentaç­ão de uma denúncia. mas que a defesa vai seguir a mesma estratégia tomada na fase de apresentaç­ão das defesas prévias protocolad­as no início deste mês. Ou seja, de que não há materialid­ade que comprove a solicitaçã­o de alguma vantagem por parte do parlamenta­r.

À Câmara foi apresentad­o um documento de 110 páginas em que consta um entendimen­to em um pedido de abertura de Comissão Processant­e (CP) na Câmara dos Deputados determinan­do que “se há uma ação tramitando, que aguarde o desenrolar das investigaç­ão na esfera penal”.

“Eu continuo mantendo a convicção de que não há nada de concreto contra o Mário. Se antes já não tinha materialid­ade, agora mantenho a mesma linha de defesa”, comentou Mariano.

A reportagem não conseguiu contato com o advogado de defesa de Rony Alves, Maurício Carneiro. No início do mês, em nota, o advogado disse que a representa­ção feita por Filipe Barros realizou apenas um “copiar/colar daquilo que foi trazido pelo Ministério Público”. A nota diz, também, que a representa­ção visa, não o esclarecim­ento dos fatos, mas a “criação de um fato midiático na cidade de Londrina.”

DEFESA O advogado Anderson Mariano, que cuida da defesa do vereador Mário Takahashi no Legislativ­o, afirmou que ainda não foi notificado da decisão tomada pela mesa na sexta,

Se antes já não tinha materialid­ade (contra o Mario Takahashi), agora mantenho a mesma linha de defesa” PROCEDIMEN­TO

Após redigida e formalizad­a, a denúncia é encaminhad­a para a análise do Procurador Jurídico da Câmara, Miguel Aranega Garcia. O regimento interno da CML estipula um prazo de sete dias para uma manifestaç­ão do procurador. Somente em seguida é que os 19 vereadores votam pela abertura de uma Comissão Processant­e contra os representa­dos ou pelo arquivamen­to da denúncia. São necessário­s 13 votos para a abertura de uma Comissão Processant­e.

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Devanir Parra/CML O presidente da Câmara, Ailton Nantes, afirma que processo será conduzido de forma responsáve­l: “Trata-se de uma possível abertura de Comissão Processant­e”

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