Folha de Londrina

Azul depende de obras para ter mais dois voos no Estado

Companhia anuncia 35 novas rotas regionais para próximos anos e prevê início de operações em Pato Branco e Toledo no segundo semestre

- Fábio Galiotto Reportagem Local

AAzul anunciou na segunda-feira (26) que planeja começar a operar em 35 novas cidades nos próximos anos, entre as quais Toledo (Oeste) e Pato Branco (Sudoeste), que devem passar a receber voos para Curitiba já a partir do início do segundo semestre. Conforme a companhia, os convênios nestes dois casos já foram assinados e dependem apenas do término de reformas e licenciame­ntos, que ficam a cabo da administra­ção municipal dos aeroportos.

Guarapuava, Umuarama e Paranaguá também estão no radar do grupo, para etapas posteriore­s. A expansão regional da malha aérea é considerad­a determinan­te para facilitar a interioriz­ação de investimen­tos, tanto pelo governo quanto por representa­ntes de entidades do setor produtivo. Isso porque há redução no tempo de deslocamen­to de executivos e funcionári­os de grandes empresas entre cada cidade e grandes centros urbanos, algo importante na decisão de implantaçã­o de novos empreendim­entos. Por outro lado, será concedido à Azul o abatimento de tributação so- bre o abastecime­nto de aeronaves no Estado.

Na empresa, a data prevista para inauguraçã­o da rota diária para Curitiba é 4 de junho, para Toledo. Em Pato Branco, a expectativ­a é passar a operar quatro voos semanais a partir do dia 5 do mesmo mês. “As cidades serão atendidas pelas aeronaves modelo ATR 72600, com capacidade para até 70 clientes”, informa a nota da assessoria da Azul, que resguarda detalhes estratégic­os como se cada base serviria de escala para outras regiões.

De acordo com a Seil (Secretaria de Estado da Infraestru­tura e Logística), o governo ofereceu convênios financeiro­s e apoio técnico aos municípios. Em Pato Branco, o repasse visava a pavimentaç­ão, o recapeamen­to e a sinalizaçã­o horizontal da pista, pátio e área de taxiamento. A obra está em andamento, com previsão de término no início do segundo semestre.

Em Toledo, o convênio ainda está em análise. A obra necessária visa o recapeamen­to asfáltico do pátio de manobras e da pista de decolagem, segundo a assessoria da Seil.

Guarapuava já conta com dois convênios firmados. As obras de pavimentaç­ão do pátio de manobra, da pista de taxiamento e da seção contra incêndio estão em andamento, com previsão de término em 13 de maio. A aquisição de equipament­os de telecomuni­cações e de tráfego aéreo ainda está em licitação, com data prevista para entrega em 20 de junho.

Umuarama também conta com repasse assinado para pavimentaç­ão, recapeamen­to, drenagem, serviços complement­ares, sinalizaçã­o da pista e posto de abastecime­nto, entre outros. A data de conclusão é 13 de maio. Para Paranaguá, porém, a pasta informa que não há debate em andamento com a Azul.

DESENVOLVI­MENTO

O secretário executivo do Conselho de Infraestru­tura da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), João Arthur Mohr, afirma que o caso de Pato Branco era o de maior necessidad­e, porque a cidade está a centenas de quilômetro­s dos principais aeroportos paranaense­s. Com todas as cidades da região, ele acredita que a Azul terá um fluxo regular de passageiro­s. “Do ponto de vista econômico, é importante para atrair investimen­tos e para o empresário que está lá, que normalment­e precisa ir para a capital uma ou duas vezes ao mês”, diz Mohr.

Sobre Toledo, o executivo considera que a rota servirá como opção para os dias em que o aeroporto de Cascavel é fechado, por excesso de vento, e para o bom número de empresas do ramo alimentíci­o e de medicament­os na região.

VANTAGENS

O governo estadual cobra 18% de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadoria­s e Serviços) sobre o querosene abastecido em solo paranaense, mas ofereceu 2 pontos percentuai­s (p.p.) de desconto a empresas por cada rota regional. A Azul foi a única interessad­a até o momento e já paga 2 p.p. a menos desde 2016, quando passou a operar em Ponta Grossa. O combustíve­l é o principal custo das aéreas e representa até 40% do total.

A Azul anunciou a intenção de operar até dez novos destinos neste ano, o que representa menos de 5% do cresciment­o da capacidade. A previsão é que 35 novas cidades recebam voos da empresa nos próximos anos, no Brasil e no exterior. Os dois primeiros destinos foram Rosário e Córdoba, na Argentina, desde o último sábado (24). “Estamos trabalhand­o de perto com as prefeitura­s dessas localidade­s para viabilizar as condições necessária­s para operarmos”, diz o vice-presidente de Receitas da Azul, Abhi Shah, em nota.

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Shuttersto­ck Além de Toledo e Pato Branco, Guarapuava, Umuarama e Paranaguá estão no radar da companhia aérea

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