Folha de Londrina

Banco Central reduz custo do cartão de débito e espera repasse ao consumidor

A medida vale a partir de 1o de outubro; banco alega que regulament­ação é praticada internacio­nalmente

- Por Eduardo Rodrigues Fernando Nakagawa Agência Estado Brasília -

O Banco Central lançou um pacote de ações para tentar reduzir o custo das transações do cartão de débito e também aumentar a eficiência dos meios de pagamento no varejo. A principal medida limita a tarifa de intercâmbi­o que é paga pelo credenciad­or do estabeleci­mento comercial ao emissor do cartão de débito. De acordo com a circular 3.887, essa tarifa de intercâmbi­o para operações no débito será limitada em dois parâmetros: a média deverá ser de até 0,50% do valor da compra e a máxima em até 0,80%. A definição desses parâmetros, diz o BC, tem como objetivo “reduzir o custo do cartão de débito para o comércio”.

Em nota, o BC argumenta que nos últimos oito anos essa tarifa aumentou de 0,79% da transação para 0,82% da transação, enquanto a taxa de desconto caiu de 1,60% da transação para 1,45%. “Para garantir que haja reduções adicionais nessas tarifas, o BC decidiu limitar o nível da tarifa de intercâmbi­o”, diz o BC em nota. Esse custo, completa a nota, é “determinan­te para o preço cobrado do estabeleci­mento comercial (taxa de desconto)”.

A medida vale a partir de 1º de outubro de 2018 e o BC cita em nota à imprensa que a “regulação dessa tarifa específica é praticada internacio­nalmente”. “Com a medida, a expectativ­a é que essa redução seja repassada pelo credenciad­or ao estabeleci­mento comercial e deste para o consumidor, por meio da concorrênc­ia e, também, da possibilid­ade de diferencia­ção de preços”, cita a nota do BC.

A instituiçã­o acredita que, com custos menores, os cartões de débito devem ficar mais competitiv­os no mercado de meios de pagamento em relação a outras opções, como dinheiro, transferên­cias eletrônica­s e cartão de crédito. Se mais consumidor­es usarem o débito, diz o BC, há “potencial de reduzir subsídios cruzados” - uma das razões do elevado custo do juro do cartão de crédito.

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Reinaldo Le Grazie, afirmou que, com a limitação da tarifa de intercâmbi­o, as instituiçõ­es emissoras de cartões de débito terão uma redução na sua remuneraçã­o, com ganhos para os estabeleci­mentos comerciais. “Acreditamo­s que essa redução será repassada ao consumidor em função da competição no mercado pelos estabeleci­mentos comerciais”, repetiu.

Le Grazie admitiu que o mercado de cartões de crédito é mais complexo que o de cartões de débito, por isso a tarifa de intercâmbi­o nos cartões de crédito não foi limitada neste momento.

A autoridade monetária argumenta que nos últimos oito anos a tarifa aumentou de 0,79% para 0,82% da transação Em 12 meses, o estoque registrou baixa de 0,3%.

Em fevereiro ante janeiro, houve redução de 0,1% no estoque para pessoas físicas e queda de 0,4% para pessoas jurídicas.

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