O golpe da vergonha na UEL
1.
No começo eu achei que essa caravana do Lula pelo Sul era suicídio, um gesto de desespero. Mas agora vejo que não é assim. Quando se trata do PT e dos movimentos esquerdistas em geral, nunca há gestos aleatórios, impulsivos, destituídos de um propósito tático ou estratégico. Sempre existe uma razão para o PT fazer o que faz. Afinal, são quase 40 anos de partido e mais de 200 anos de tradição revolucionária. O PT se prepara para o que Nassim Nicholas Taleb chamaria de “cisnes negros”, acontecimentos que ninguém ou pouquíssimos poderiam prever.
Por que Lula escolheu os estados do Sul, justamente nas regiões em que existe uma rejeição forte e organizada ao PT? Há um motivo. E não é tão difícil vê-lo. Ao atrair a ira dos antipetistas, Lula se coloca na posição de vítima, e nisso ele se especializou ao longo dos anos. Ora, até hoje, não existe exemplo histórico de violência revolucionária que não tenha sido justificado com base na vitimização. Essa vítima pode ser um cadáver, pode ser líder decadente hostilizado por “fascistas” — e pode ser as duas coisas.
Os “cursos do golpe” que vergonhosamente surgiram nas universidades brasileiras — UEL incluída — seguem a mesma lógica. O uso do termo “golpista” possui uma finalidade estratégica para a esquerda. É a senha para justificar todas as atrocidades que estão por vir contra o povo brasileiro: perseguições, agressões, ameaças, chantagens, falsas denúncias, demissões, atos de censura, linchamentos morais, invasões de propriedade, prisões e, por fim, mais mortes. No futuro, “golpista” será a palavra chave para justificar os crimes na República Socialista do Brasil, também chamada Esquerdistão.
Identificados os “inimigos do povo” -— empresários, ruralistas, trabalhadores não alinhados com os sindicatos, manifestantes sem pedigree esquerdista, jornalistas não companheiros, escritores independentes, professores sem ideologia, gente comum, a ampla maioria
2. 3. 4.