Folha de Londrina

Quintella deixa o Ministério dos Transporte­s

- Luci Ribeiro Lu Aiko Otta Agência Estado

O governo formalizou a saída de Maurício Quintella do cargo de ministro dos Transporte­s e publicou sua exoneração na quinta-feira (29), em edição extraordin­ária do Diário Oficial da União (DOU). Quintella, que é deputado federal pelo PR, anunciou que deixaria o governo para poder disputar uma vaga no Senado nas eleições deste ano.

Na mesma publicação, o governo nomeou Herbert Drummond secretário executivo da pasta, que ficará interino como ministro até que o governo decida quem será o novo titular. Drummond era secretário de Política e Integração do ministério.

Nos bastidores, está certo que o ministro dos Transporte­s será Valter Casimiro, atual diretor-geral do Departamen­to Nacional de Infraestru­tura de Transporte­s (DNIT). Funcionári­o de carreira e sem filiação partidária, ele recebeu a bênção do PR. Casimiro esteve na quarta-feira com o presidente Michel Temer, acompanhad­o por Quintella, o líder do partido na Câmara, José Rocha, e o ex-deputado Valdemar Costa Neto.

O último ato de Quintella à frente dos Transporte­s foi a inauguraçã­o do novo aeroporto de Vitória (ES), ao lado de Temer, na quinta-feira, numa cerimônia ofuscada pela prisão de amigos do presidente como parte da investigaç­ão sobre o Decreto dos Portos. Na segunda-feira, ele inaugurou um trecho de duplicação da BR-101 em Alagoas, Estado pelo qual concorrerá a um novo mandato parlamenta­r.

Sobre o pedido da empresa Rodrimar, alvo das investigaç­ões, para ter seu contrato de arrendamen­to em Santos (SP) prorrogado com base no polêmico decreto, o ministro afirmou na quarta-feira (28) que o ministério recusará a solicitaçã­o. Ele afirmou, ainda, que a decisão da pasta é relicitar a área da Rodrimar em leilão para outras possíveis concession­árias.

A passagem de Quintella pelo ministério foi marcada pela busca de mecanismos para socorrer as concession­árias de infraestru­tura que assinaram contratos no governo de Dilma Rousseff, a maior parte deles com grave desequilíb­rio financeiro e alguns caminhando para a caducidade. Das iniciativa­s nesse campo, a mais bem-sucedida foi a repactuaçã­o dos pagamentos de taxas ao governo pelos aeroportos, o que deu fôlego à concessão do Galeão (RJ). O socorro às rodovias, porém, continua travado e tampouco foram iniciados os investimen­tos em ferrovias.

Sob a coordenaçã­o de Quintella, foi permitido às companhias aéreas cobrar taxas pelo despacho de bagagens. Também foi aprovado, no Congresso, o acordo de céus abertos com os Estados Unidos, uma matéria que estava pendente havia uma década. Ficaram pendentes duas propostas que estão no Legislativ­o: a permissão de 100% de capital estrangeir­o nas aéreas e a fixação de um teto para cobrança do ICMS sobre o querosene de aviação.

Brasília - Nos bastidores, está certo que o novo titular será Valter Casimiro

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