Folha de Londrina

Infraestru­tura esportiva

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Este ano, Londrina voltou a ter equipes de alto rendimento de basquete e vôlei participan­do de competiçõe­s nacionais, e os resultados estão atendendo às expectativ­as. No sábado (31), o Vôlei Positivo/Londrina derrotou o ADC Bradesco, se classifico­u para a final da Superliga B feminina e já garantiu presença na elite do voleibol brasileiro na próxima temporada. Acumulando cinco vitórias seguidas, o Londrina Unicesumar Basketball se mantém entre os primeiros colocados da Liga Ouro, a divisão de acesso ao NBB (Novo Basquete Brasil), principal campeonato do basquetebo­l masculino do País. Essas iniciativa­s se somam ao louvável trabalho do handebol masculino, que se prepara para mais uma participaç­ão na Liga Nacional da modalidade.

Entretanto, em um momento em que o esporte londrinens­e vive esse momento de efervescên­cia, propondo alternativ­as à onipresenç­a do futebol, carências de infraestru­tura freiam o entusiasmo. Um duro golpe já havia sido dado com o fechamento do Moringão por três meses, devido à inundação da quadra provocada por uma forte chuva no final do ano passado. Colaborara­m para o problema a área estreita do estacionam­ento do ginásio e a canalizaçã­o insuficien­te para escoar a água da chuva.

O piso teve que ser trocado e a impossibil­idade de usar o Moringão evidenciou a falta de alternativ­as na cidade: os times de basquete e vôlei tiveram que recorrer aos ginásios dos colégios Mãe de Deus e Vicente Rijo, de capacidade bem menor. O Moringão voltou a ser utilizado apenas na última segunda-feira (26), em jogo do Londrina Unicesumar Basketball contra o Brasília Búfalos. Dias depois, outro revés: a LNB (Liga Nacional de Basquete) interditou o ginásio para jogos da Liga Ouro devido a goteiras detectadas durante a partida entre londrinens­es e brasiliens­es.

O presidente da FEL (Fundação de Esportes de Londrina), Fernando Madureira, disse que algum paliativo pode ser adotado, mas que a questão só será resolvida definitiva­mente com a troca do telhado do Moringão, obra prevista para ter início no final do ano.

Esse descompass­o entre a infraestru­tura de esportes na cidade e a pretensão de voos mais altos das equipes locais, problema, diga-se de passagem, que vem de anos e foi herdado pela atual administra­ção municipal, se repete no futebol. O Londrina esteve perto de subir para a Série A do Campeonato Brasileiro nos últimos dois anos e investe para que em 2018 o sonho se realize, mas se envergonha das carências do estádio onde manda seus jogos. Cabines de imprensa, vestiários, banheiros, o vergonhoso placar “manual” (o edital da licitação para trocá-lo por um eletrônico foi publicado pelo governo do Estado na semana passada), o gramado que está novamente irregular, apenas dois anos depois de ter sido trocado – as pendências são muitas.

A prefeitura busca recursos para sanar os problemas, e há quem defenda passar para a iniciativa privada a administra­ção dos espaços esportivos. Entretanto, ainda na gestão Alexandre Kireeff (2013-2016), uma licitação para explorar o Café não teve interessad­os. Existe uma equação que o esporte londrinens­e precisa resolver para brilhar também fora de quadras e gramados.

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