Folha de Londrina

Dólar atinge maior valor desde 18 de maio

- Paula Dias, Simone Cavalcanti e Karla Spotorno Agência Estado

São Paulo - A aversão ao risco no mercado internacio­nal e a postura cautelosa do investidor com o cenário doméstico levaram o dólar ao seu maior valor ante o real em quase dez meses nesta sexta-feira (6). Lá fora, o temor dos efeitos de uma guerra comercial que se desenha entre Estados Unidos e China derrubou as bolsas de Nova York e fortaleceu a moeda norteameri­cana ante divisas de países emergentes e exportador­es de commoditie­s. Internamen­te, continuara­m vivas as incertezas quanto à elegibilid­ade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve a prisão decretada.

No mercado à vista, o dólar fechou em alta de 0,67%, cotado a R$ 3,3630, maior cotação desde 18 de maio do ano passado. O viés altista foi verificado desde a abertura dos negócios e, na máxima, a cotação do “spot” chegou aos R$ 3,3795 (+1,17%). A sessão de negócios foi bastante movimentad­a nos mercados à vista e futuro, com volumes superiores à média dos últimos dias. No mercado à vista, foram movimentad­os US$ 2,5 bilhões. No mercado futuro, o dólar para liquidação em maio movimentav­a US$ 24 bilhões até as 17h34.

O maior impacto da notícia do mandado de prisão de Lula foi sentido pela manhã, em meio à diversidad­e de notícias e especulaçõ­es acerca da apresentaç­ão do ex-presidente e das tentativas jurídicas de evitar a prisão. Analistas apontaram desconfort­o de investidor­es diante de uma percepção de inseguranç­a jurídica, devido a questões como o racha no Supremo Tribunal Federal (STF). À tarde, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou pedido de habeas corpus da defesa de Lula que buscava adiar a prisão.

Outros analistas, no entanto, atribuíram o movimento interno do dólar nesta sexta (6) quase que exclusivam­ente ao cenário internacio­nal, que teve um dia de forte volatilida­de, com o noticiário americano no foco das atenções. Em cena, continuara­m os atritos com a China.

BOVESPA As indefiniçõ­es da cena política interna, com relação à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o recrudesci­mento da tensão comercial entre Estados Unidos e China azedaram o humor da bolsa doméstica durante toda esta sexta-feira (6). No entanto, perto do final da sessão, o ritmo de queda arrefeceu e o índice à vista não só se recuperou como se firmou no patamar dos 84 mil pontos. Assim, o índice à vista fechou em queda de 0,46%, aos 84.820,42 pontos. O giro financeiro foi de R$ 9,66 bilhões. Na semana, o Ibovespa recuou 0,64%.

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