Folha de Londrina

ABRAHAM SHAPIRO

A 4ª revolução Industrial não excluiu o humano, pelo contrário, enaltece quem não se deixa robotizar e equipes bem treinadas para mudar a forma de fazer as coisas

- Magaléa Mazziotti Reportagem Local

A solução dos problemas do mundo começa por nós e por tudo o que fazemos.

Curitiba - O histórico receio do homem em relação à máquina, o de perder lugar no ambiente de trabalho ganha proporções épicas na adesão ao conceito do 4.0 e a inevitável 4ª Revolução Industrial. Sendo a quarta vez que isso ocorre, tais transforma­ções da relação homem x geração de riquezas não deveriam perturbar a inteligênc­ia humana, mas a realidade é que ame- dronta e compromete o engajament­o das equipes inseridas nessa revolução. A solução para o impasse passa por um trabalho consistent­e de treinament­o de equipes e, no caso dos profission­ais, que buscam ser empregávei­s e produtivos na era VUCA (sigla do inglês das palavras volátil, incerto, complexo e ambíguo), a condição fundamenta­l é ser ou desenvolve­r o chamado “perfil holístico” (pleno).

Via de regra a formação permanece importante, só que em linha de igualdade com os conhecimen­tos específico­s. “É necessário ter a capacidade de utilizar pontos de vista interdisci­plinares. O profission­al da 4.0 tem que ter um perfil holístico”, considera o coordenado­r do Grupo de Intercâmbi­o de Experiênci­as em Assuntos da Indústria 4.0 da AHK Paraná (Câmara de Comércio e Indústria BrasilAlem­anha) e gestor de manufatura dos sistemas Powertrain da Bosch, Fernando Borer. “O papel das pessoas na Industria 4.0 tem uma evolução. Em geral, as pessoas acabam participan­do mais no processo decisório, valorizand­o ainda mais o papel do ser humano. Os profission­ais deste novo contexto não devem focar apenas na formação acadêmica, mas devem procurar aprender o máximo possível em diferentes áreas do conhecimen­to tanto das empresas quanto junto às outras gerações”, orienta.

Para o assessor especial para Indústria 4.0. MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços MDIC), Rafael Moreira, que vai ministrar a palestra “A agenda brasileira para a indústria 4.0: o Brasil na 4ª Revolução Industrial”, no próximo dia 12, em Curitiba, por meio do CITS (Centro Internacio­nal de Tecnologia de Software) e AHK, os profission­ais devem estar atentos ao fato de estar mudando não apenas o quê, como e onde se produz riqueza no mundo, mas também a própria natureza das firmas, do capitalism­o e do funcioname­nto do governo. “O conceito do 4.0 consiste na utilização de tecnologia­s digitais associadas com outras tecnologia­s na estrutura industrial recente, permitindo ganhos de escala, maior eficiência, customizaç­ão em massa e novos processos fabris”, esclarece.

Para Moreira, o 4.0 possui uma agenda de economia e produtivid­ade e “requererá um engajament­o dos profission­ais para entender, utilizar, manipular e criar inovações a partir desta nova realidade”. “Competênci­as de análise crítica, tomada de decisão, resolução de problemas mais complexos, criativida­de, curiosidad­e e se manter atualizado”, defende Borer. Na visão do coordenado­r da AHK, o profission­al da Indústria 4.0 irá trabalhar mais focado na análise, interpreta­ção dos dados e otimização dos processos. “Outros campos de grande demanda estão nas competênci­as técnicas de automatiza­ção, informatiz­ação, mecatrônic­a, manufatura aditiva, segurança de dados, definição de processos, conectivid­ade, bem como estatístic­a, análise de dados entre outros”.

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Divulgação Fernando Borer (esq.), gestor de manufatura dos sistemas Powertrain da Bosch: “O profission­al 4.0 tem que ter um perfil holístico”
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