PROJEÇÃO
Lula é candidato mesmo preso, garante a presidente nacional do PT; mobilização com outros partidos pode render aliança já no primeiro turno da eleição
Mobilização pela liberdade de Luiz Inácio Lula da Silva pode culminar em aliança de partidos de esquerda no primeiro turno da eleição presidencial
Curitiba - A mobilização pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso na Polícia Federal em Curitiba, pode culminar em uma aliança de partidos de esquerda já no primeiro turno da eleição presidencial, sinalizou a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR).
Após reunião da Executiva Nacional do partido nesta segunda-feira (9), o partido lançará uma resolução reafirmando que Lula é pré-candidato mesmo preso e reforçando o discurso de que ele é um “preso político”. “Isso é consequência do que vamos construir a partir de agora. O importante é que as esquerdas estão unidas em defesa da democracia e da liberdade do presidente Lula”, disse Gleisi, quando perguntada se acreditava em uma aliança de partidos de esquerda já no primeiro turno das eleições presidenciais.
Os pré-candidatos ao Planalto Guilherme Boulos (PSOL) e Manuela d’Ávila (PCdoB) se juntaram ao PT durante as mobilizações para defender Lula. Ciro Gomes (PDT) ainda não participou de nenhum ato junto com a militância de Lula.
Gleisi reforçou que Lula é candidato mesmo preso e que, se ele sair da prisão, ficará efetivamente apto a ser candidato. “Temos consciência absoluta que o presidente Lula é um preso político e isso vai ficar constando de uma manifestação formal do PT”, disse a senadora, falando sobre as deliberações da reunião da Executiva Nacional.
Além disso, ela disse que o partido fará a “reafirmação” da candidatura dele. “Ele é o nosso candidato sob qualquer circunstância, entendemos que a liberdade de Lula é candidatura efetiva à Presidência do Brasil”, declarou.
MESMO RIGOR
Pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes defendeu na tarde desta segunda-feira (9) que os partidos de esquerda tenham uma liderança forte na disputa presidencial e cobrou que a Justiça brasileira adote com os demais investigados o mesmo rigor aplicado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para o presidenciável, a sociedade ficou “desconfiada” de que a lei só é dura com o PT e com Lula. “A lei severa é muito boa se ela valer para todos”, pregou Ciro. Pouco antes de sua participação no Fórum da Liberdade, em Porto Alegre, Ciro disse que o desequilíbrio na condução dos processos está incomodando a sociedade brasileira. “Nenhum dos altíssimos dignitários do PSDB passaram qualquer tipo de constrangimento”, criticou.
Sobre apoio do PT à sua candidatura, Ciro defendeu dar um tempo para o partido de Lula se situar na disputa presidencial e afirmou que é preciso ter paciência com o momento difícil que os petistas estão vivendo. O pré-candidato pregou serenidade e disse que não se pode tomar decisões “de cabeça quente” neste momento.
EXECUÇÃO DA PENA
A Justiça Federal, no Paraná, abriu nesta segunda-feira o processo de execução provisória da pena de prisão de Luiz Inácio Lula da Silva: condenado a 12 anos e 1 mês, em regime fechado, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP). A juíza federal Carolina Moura Lebbos será a responsável por decidir se mantém o expresidente na sala reservada para seu encarceramento na Polícia Federal, em Curitiba, ou se transfere o petista para outro lugar e quando ele progredirá de regime.
Parece que a lei severa só vale para um lado no Brasil”