Folha de Londrina

LUIZ GERALDO MAZZA

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Tese de sustentar Lula não é realista porque a Justiça pode declarar sua inelegibil­idade

Nem em 1953, nas festas do centenário do Paraná, quando atraímos a atenção do mundo com congressos e simpósios internacio­nais e nacionais diários, alcançamos o papel que ora estamos a desempenha­r no País com a prisão do ex-presidente Lula e a mobilizaçã­o que provoca ao trazer para cá a sede do diretório nacional do PT. Quem timbrou Curitiba como República, no intento de caricaturá-la como geradora do Código Penal que o enquadrara, fazendo coro com os criminalis­tas que o defendiam, foi o ex-presidente, agora o mais célebre prisioneir­o da Polícia Federal.

Ao perceber a perspectiv­a de irremediáv­el “racha” nas suas forças manteve a postulação de Lula, mesmo com todos os riscos, inclusive o da impugnação pela Lei da Ficha Limpa (que ele próprio assinou, uma cintilação irônica em meio à tragédia) captando a obviedade que nada há de mais revolucion­ário do que essa resistênci­a que assim se mostrara também no sindicato do ABC e tem sequência no acampament­o montado nas cercanias da Polícia Federal.

Por sinal, já atribuíram à Polícia Federal tanto o lançamento de bombas contra militantes como também por uma alegada facilitaçã­o de movimentos de um provocador que filmou a candidata do PCdoB, Manuela D´Ávila, no interior do acampament­o e que, mesmo não comprovado, gera fermento para agito, dado o clima reinante e a ansiedade dos rebelados.

Fomos testados várias vezes, inclusive no massacre do Centro Cívico por obra de Beto Richa e Francischi­ni, bem como nas audiências de Lula, por duas vezes e em absoluta normalidad­e, mas com a chegada crescente de novos manifestan­tes no acampament­o, que tende a ser gigante, por mais cuidados que sejam tomados, haverá risco de confrontos.

Mesmo com Lula preso, o que sustenta o fermento da resistênci­a, advogados do ex-presidente apostam em solução judiciária para quarta-feira (11) na derrubada da jurisprudê­ncia da prisão pós decisão de segunda instância o que não garante a sua liberdade, mas facilita a tese da defesa e abre caminho para demandas renovadas.

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