‘Doenças evoluem sem sintomas’
O cardiologista Icanor Antônio Ribeiro listou alguns dos problemas cardíacos que acometem jovens abaixo dos 35 anos de idade com maior frequência. Um deles é a cardiomiopatia hipertrófica, que é o espessamento do músculo que forma as paredes do coração, e pode ocasionar parada cardíaca durante a atividade física ou sem que haja nenhum esforço. Outras causas podem ser a origem anômala das artérias, quando as artérias nascem em um local diferente do habitual, e as arritmias cardíacas. Mas há ainda as alterações valvulares e os processos inflamatórios, que podem afetar o músculo cardíaco.
“O grande problema de tudo isso é que essas condições evoluem sem sintomas, não dão nenhum sinal e as pessoas não se preocupam, especialmente os jovens. O problema evolui de uma maneira silenciosa”, explicou o cardiologista. Por isso, recomendou Ribeiro, é fundamental que toda pessoa que vá praticar algum tipo de esporte regular, como futebol, por exemplo, passe pela avaliação de um médico. “É importante avaliar a história clínica desse paciente, ver o que ele já apresentou de doenças durante a vida e ver o histórico familiar. Tudo isso associado a um exame físico e a um eletrocardiograma dão uma segurança extraordinária na prática de esporte. Se nesses exames forem constatadas qualquer alteração, o paciente vai ser encaminhado para fazer outros exames.”
A avaliação inicial, explicou o cardiologista, é eficaz para fazer a triagem da maior parte das pessoas candidatas à prática do esporte e esses exames que precedem o início de qualquer atividade física são fundamentais. “Aos 12, 13, 15 ou 16 anos de idade não é uma fase que se faça prevenção. Não temos esse costume”, disse Ribeiro. “Nesse caso (do estudante do IEEL), provavelmente o primeiro sintoma do problema cardíaco apareceu hoje e ele já teve morte súbita. Foi uma fatalidade.”
(S.S.)