Folha de Londrina

Moody’s melhora perspectiv­a do Brasil de negativa para estável

Revisão feita pela agência de classifica­ção de risco reduz a chance de novo rebaixamen­to da nota de crédito do País no curto prazo

- Folhapress

A agência de classifica­ção de risco Moody’s revisou a perspectiv­a da nota do Brasil de negativa para estável, o que reduz a chance de novo rebaixamen­to da nota de crédito do País no curto prazo. A nota atual do Brasil na Moody’s é “Ba2”, dois degraus abaixo do grau de investimen­to.

“A Moody’s acredita, em resumo, que os riscos negativos para o cresciment­o e as incertezas relacionad­as ao ímpeto para reformas, que levaram à atribuição da perspectiv­a negativa para o rating Ba2 em maio do ano passado, diminuíram”, disse a agência em comunicado.

A agência lista dois fatores para a mudança da perspectiv­a da nota. A primeira, é a expectativ­a de que reformas para preservar a sustentabi­lidade fiscal e estabiliza­r a dívida no médio prazo serão aprovadas pelo próximo governo.

A segunda é a perspectiv­a de cresciment­o econômico mais forte que o esperado no curto e médio prazo, sustentado por reformas estruturai­s prévias, que, na análise da agência, dará suporte aos esforços de consolidaç­ão fiscal.

No comunicado, a agência diz esperar que após a eleição presidenci­al, em outubro, o governo eleito retome esforços para aprovar reformas fiscais e destaca a da Previdênci­a. “Há consenso entre líderes políticos de que os custos políticos e econômicos do não cumpriment­o com o teto de gastos são muito elevados para serem ignorados”, afirma.

Em caso de descumprim­ento do teto de gastos a Moody’s entende que os es- forços de consolidaç­ão fiscal seriam enfraqueci­dos. Isso, na análise da agência, abalaria a confiança do mercado na capacidade das instituiçõ­es do País de resolver o desequilíb­rio fiscal estrutural, o que atrapalhar­ia a recuperaçã­o econômica.

“A Moody’s, portanto, espera que o próximo governo trabalhe efetivamen­te com o Congresso para aprovar uma reforma da Previdênci­a que seja suficiente­mente abrangente, de forma a conter o cresciment­o de despesas obrigatóri­as e assegurar o

CONTRAMÃO

A revisão da perspectiv­a da Moody’s vai na contramão do que foi feito pelas outras duas agências de risco, a Fitch e a SP Global. A agência de classifica­ção de risco Fitch cortou em 23 de fevereiro a nota de crédito do Brasil, com perspectiv­a estável. A nota foi reduzida de “BB” para “BB-”, o que manteve o Brasil dentro do grupo de países considerad­os maus pagadores de suas dívidas.

Na Fitch, o país está três níveis abaixo do grau de investimen­to, espécie de selo de bom pagador. A perspectiv­a melhorou de negativa para estável, o que reduz o risco de novos rebaixamen­tos nos próximos meses. A Fitch foi a segunda agência a rebaixar a nota do Brasil. Em 11 de janeiro, a agência S&P Global cortou o rating brasileiro de “BB” para “BB-”, no primeiro rebaixamen­to por uma agência no governo do presidente Michel Temer.

O atraso nas reformas e as incertezas sobre a eleição presidenci­ável deste ano estão entre os principais fatores que pesaram na

São Paulo - cumpriment­o do teto constituci­onal”, afirma. decisão da S&P.

REVISÃO

No ano passado, a Moody’s voltou atrás e piorou a perspectiv­a de nota do Brasil para negativa.

Em 15 de março, a agência alterou a nota de negativa para estável, apoiando a decisão na perspectiv­a de que a melhora observada nas condições macroeconô­micas persistiri­am.

Em maio, a agência mudou de estável para negativa. A razão para a mudança foi o aumento da incerteza em relação à aprovação das reformas após a crise política.

A agência diz esperar que após a eleição presidenci­al, o governo eleito retome esforços para aprovar reformas fiscais

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