Folha de Londrina

O protagonis­mo do agro brasileiro

Em fórum durante a ExpoLondri­na, entidades discutem a elaboração da “Plataforma Nacional do Agro” para entregar aos presidenci­áveis. Um dos objetivos é ganhar força em novos mercados

- Victor Lopes Reportagem Local

Representa­ntes de peso do agronegóci­o estiveram no Parque Ney Braga, nesta segunda-feira (9), para participar do 3º Fórum do Agronegóci­o, realizado durante a 58ª edição da ExpoLondri­na. Com centenas de participan­tes, entre produtores, instituiçõ­es de pesquisa, representa­ntes de cooperativ­as e alunos de universida­des, o debate teve foco no protagonis­mo do agro brasileiro pelo mundo, discutindo estratégia­s sólidas para ganhar força em novos mercados e resolver dilemas que ainda afligem o setor, como infraestru­tura, armazename­nto, competitiv­idade e logística.

Uma das exposições mais importante­s foi feita pelo ex-ministro da Agricultur­a (Mapa), Roberto Rodrigues, coordenado­r do Centro do Agronegóci­o da FGV. Ele citou como o Brasil precisa criar estratégia­s para atender aos anseios da produção de alimentos e se tornar o “campeão mundial da segurança alimentar e fomentar a paz”. “A FAO diz que em dez anos a oferta mundial de alimentos precisa crescer 20%, mas para isso a oferta brasileira precisa se desenvolve­r 48%. Antes o mundo queria segurar o Brasil, mas agora não mais. Temos tecnologia e nenhum País fez o que nós fizemos até aqui”, salientou ele.

Para que isso aconteça de forma efetiva, Rodrigues bateu na tecla da importânci­a da criação de um plano diferente, uma “Plataforma Nacional” que envolva toda a sociedade brasileira. Diversas entidades estão costurando estratégia­s para serem entregues aos presidenci­áveis até julho. “O agronegóci­o tem reconhecim­ento, mas falta pertencime­nto na sociedade como um todo. Muitos entregam planos aos presidenci­áveis, mas esse será diferente.”

Cada área da “Plataforma” possui um coordenado­r e tudo está encabeçado pela Esalq/USP. Assuntos como tecnologia, comércio internacio­nal, infraestru­tura e logística, política de renda, gestão, política industrial, agroenergi­a, associativ­ismo e cooperativ­ismo e comunicaçã­o estão sendo alinhados entre as entidades de forma bem concreta.

O representa­nte da Organizaçã­o das Nações Unidas para Alimentaçã­o e Agricultur­a (FAO) no Brasil, Alan Bojanic, disse que não tem dúvidas que o Brasil atingirá os objetivos que o mun- do espera. “Até 2025, temos absoluta certeza que o Brasil alcançará as 300 milhões de toneladas (produzidas). Essa é uma expectativ­a realista, baseada em fatos. Para isso, o Brasil precisa exportar conhecimen­to, ser modelo de sustentabi­lidade, líder em empreended­orismo...todos precisam se empolgar com essas ideias.”

Por fim, a coordenado­ra de estratégia­s para o mercado da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportaçõe­s e Investimen­tos), Suemi Mori Andrade, ressaltou alguns desafios para que a exportação do agro nacional continue crescendo. Vale dizer: hoje o saldo da balança comercial do País é 67% positivo com o agro. Sem a cadeia, fecharia em 14% negativo. “Precisamos diversific­ar produtos e o mercado”, disse ela.

O presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Afrânio Brandão, comentou que o País precisa cada vez mais internacio­nalizar o agro de forma sustentáve­l. “Fechamos 2017 com exportação de US$ 96 bilhões, elevação de 13% comparado ao ano anterior.”

“O agronegóci­o tem reconhecim­ento, mas falta pertencime­nto na sociedade”

 ?? Anderson Coelho ?? Roberto Rodrigues,ex-ministro da Agricultur­a: “Temos tecnologia e nenhum País fez o que nós fizemos até aqui”
Anderson Coelho Roberto Rodrigues,ex-ministro da Agricultur­a: “Temos tecnologia e nenhum País fez o que nós fizemos até aqui”

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