Bovinos e ovinos: atenção à rentabilidade
Com 9,48 milhões de cabeças de bovinos e 797,5 mil cabeças de ovinos, o Paraná olha para esses dois tipos de rebanho de forma atenciosa, afinal, a pecuária de corte apresenta um cenário de rentabilidade com esses animais. Na 58ª edição da ExpoLondrina, o foco em cima deles é enorme, seja pelo número que eles representam na feira - aproximadamente 4,2 mil das 7 mil cabeças expostas no Parque Ney Braga (60% do volume total) – como também pelo grande número de eventos técnicos que são destinados para as espécies.
Evento realizado há poucos dias na ExpoLondrina, o VII Encontro de Buiatria da Região Norte do Paraná debateu assuntos técnicos ligados tanto aos bovinos quanto aos ovinos, reunindo centenas de veterinários e estudantes de medicina veterinária no Auditório Horácio Sabino Coimbra. Para quem não está acostumado, buiatria é um termo relacionado ao atendimento à saúde e produção de bovinos, ovinos, caprinos e bubalinos. Ele deriva originalmente das palavras gregas “boys” (bovino) e “iatrike” (tratamento).
Um dos organizadores do evento, o professor do Departamento de Clínicas Veterinárias da Universidade Estadual de Londrina (UEL), José Augusto Lisboa, salientou que a grande novidade deste ano, sem dúvida, foi trazer assuntos relacionados à ovinocultura, como por exemplo tratar sobre a urolitíase (problemas nos rins) e biotécnicas da reprodução aplicada. “No caso dos bovinos, trouxemos atualidades da produção de embriões in vitro. Esse tema já é uma realidade, uma técnica muito procurada pelos produtores, em que eles enxergam vantagens e, claro, pagam por isso.”
CONFINAMENTO DE OVINOS
Atualmente, a demanda por carnes de ovinos é tão elevada que a produção em todo o território nacional não atende ao consumo do estado de São Paulo. Não por acaso, produtores buscam especialização e utilização do confinamento para aumentar a eficiência produtiva. Por outro lado, um manejo realizado de forma equivocada pode gerar problemas graves, como a obstrução na uretra (cálculo urinário) dos animais. “Hoje temos realizado a terminação dos cordeiros em confinamento, utilizando produtos (na alimentação) como casquinha de soja, varredura de milho, pois são mais baratos. Mas nem sempre essa dieta está equilibrada e traz benefícios aos animais”, explicou o diretor de ovinocultura da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Luiz Fernando da Cunha Filho.
Ele relata também que outro assunto importante debatido no Encontro foi acerca das biotécnicas de reprodução aplicada a ovinos. “Utilizamos ferramentas tecnológicas para distrair a fisiologia normal da ovelha e ter produção de cordeiros o ano todo, o que é muito importante para o mercado. Assim conseguimos (volume) mesmo fora do ciclo fisiológico”, complementou.
A produção nacional de ovinos não atende ao consumo do estado de São Paulo