Festival de Curitiba cativa grande público
Evento que terminou no fim de semana teve público de mais de 200 mil espectadores e um grande número de espetáculos, tanto pagos quanto gratuitos
Depois de 12 dias de apresentações, a 27ª edição do Festival de Teatro de Curitiba terminou no fim de semana, encerrando uma edição de ciclos importantes marcados, entre outras coisas, pelos dez anos do Gastronomix e os 15 anos do Risorama.
Mas a organização e o público têm mais o que comemorar. Afinal, foram quase 400 espetáculos, em vários teatros e espaços públicos da cidade, reunindo cerca de 200 mil espectadores, o que significa um público recorde envolvido tanto na mostra de teatro quanto no ciclo Interlocuções – com debates, palestras e eventos; o Fringe – mostra teatral paralela – e o Guritiba, um segmento dedicado a crianças, além de outras atrações.
Dos quase 400 espetáculos, 100 eram gratuitos – incluindo a Mostra e o Fringe. Foi possível ver teatro das 9h às 21h sem tirar um real do bolso durante os 12 dias seguintes à abertura, a partir de 27 de março, quando a companhia mineira Grupo Corpo apresentou o primeiro espetáculo no Guairão. Houve ainda 46 atrações do tipo “pague o quanto vale”, somando mais de 500 sessões grátis ou a baixo custo.
O Fringe deste ano, que acontece com apresentações espontâneas e sem curadoria, teve 20 mostras e foi, mais uma vez, um destaque do evento que é hoje vitrine do teatro brasileiro, além de receber companhias internacionais. O festival - que recebeu artistas de 14 estados,além de quatro países: Portugal, Chile, Uruguai e Colômbia – chegou à região metropolitana de Curitiba com apresentações em Pinhais, São José dos Pinhais e Araucária, além de várias apresentações nos bairros da capital.
Com o tema “Festival para Todos”, proposto pela curadoria de Guilherme Weber e Marcio Abreu,o evento corroborou ainda a tendência de oferecer uma edição dedicada à acessibilidade e à diversidade, contemplando diferentes tipos de público. Isso ficou claro, por exemplo, na apresentação do espetáculo “Domínio Público”, que reuniu artistas censurados pela onda de conservadorismo que tomou conta do país em 2017, consagrando, assim, a liberdade de expressão e seu vínculo indissociável com o universo do teatro e das artes em geral.