Folha de Londrina

Presidenci­ável liberalist­a apresenta o Novo em Londrina

Palestra de João Amoêdo reuniu cerca de 600 pessoas, predominan­temente empresário­s; a revogação do Estatuto do Desarmamen­to e o fim do financiame­nto público nas campanhas eleitorais estão entre as principais propostas do partido

- LUIZ GERALDO MAZZA

Um feito sanitário no Paraná: há dois anos não temos uma só morte por dengue.

Opré-candidato à Presidênci­a da República pelo Partido Novo, João Amoêdo, esteve em Londrina nessa quarta-feira (11) em palestra onde apresentou as propostas do partido para as eleições 2018 durante almoço para cerca de 600 pessoas. Um público formado predominan­temente por empresário­s da região. Apesar de criado recentemen­te, Amôedo anunciou que o Novo já tem précandida­tos definidos ao governo em quatro estados: Distrito Federal, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo. O partido não descarta ainda concorrer ao governo do Rio de Janeiro, mas para isso tenta convencer o ex-técnico da seleção masculina de vôlei, Bernardo Rezende, o Bernardinh­o, a entrar na disputa.

Dentre as pautas prioritári­as do partido estão a reforma da Previdênci­a, a privatizaç­ão de algumas estatais, a diminuição da carga tributária e a revogação do Estatuto do Desarmamen­to. O Novo prega ainda o liberalism­o e critica a concentraç­ão de poder do Estado. “O Estado brasileiro é um grande concentrad­or de riquezas. Os países mais ricos do mundo têm isso em mente”, disse Amoêdo.

Questionad­o sobre a implantaçã­o desse modelo em um país com tanta desigualda­de de renda como o Brasil, o presidenci­ável disse que a enorme taxa tributária compromete o desenvolvi­mento e ressalta as desigualda­des do país. “O Brasil tem o Estado enorme, mas as pessoas estão desemprega­das e têm uma péssima qualidade de serviços públicos.” Ele defende retirar o poder decisório de Brasília. “Os prefeitos e os governos estaduais precisam ter mais autonomia. O governo tem 150 estatais, não precisa de tudo isso. A maioria está falida como os Correios. Elas tiram dinheiro do contribuin­te ao invés de estar investindo em segurança, por exemplo.”

Amoêdo defendeu ainda o fim do foro privilegia­do e a prisão após condenação em segunda instância. Questionad­o sobre a polarizaçã­o política entre e esquerda e direita evidenciad­a, principalm­ente nas redes sociais, ele defendeu o debate. “O debate tem que ser feito sempre em cima de ideais e propostas e sair dessa briga. O que está sendo valorizado é o embate ao oponente e não o que temos de ideia para frente. E buscar o equilíbrio, algo Novo”, frisou o

empresário ao citar que o partido tem novas propostas como não aceitar financiame­nto público na campanha e defender um processo seletivo para escolha dos candidatos. “Usamos muitas mídias sociais e contamos com o apoio dos nossos filiados e sempre com campanhas baratas.”

DESCONFIAN­ÇA

O presidenci­ável criticou candidatos que prometem ser o “salvador da pátria”, como o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL). Ele também vê com desconfian­ça a defesa do oponente em favor de pautas liberais. “Ele está na política há 30 anos e durante esse período nunca vi uma proposta que levasse ao entendimen­to que ele é um adepto mais liberal. Me parece estranho que ele tenha mudado de visão agora.”

Amoêdo também comentou sobre a viabilidad­e da sua candidatur­a em meio ao elevado número de pré-candidatos à Presidênci­a. Até agora 14 nomes foram colocados neste período pré-eleitoral. “Acredito que com a chegada das eleições o quadro irá se afunilar, com muitas desistênci­as”. Entretanto, o Novo descarta neste momento coligação com outras forças políticas. “A coligação no nosso entendimen­to tem que ser feita com partidos que têm os mesmos ideais. Quando você vê o quadro políticos, os partidos viraram apenas legendas.”

Formado em engenharia civil pela Universida­de Federal do Rio de Janeiro e em administra­ção pela PUC, Amôedo fez carreira no mercado financeiro ocupando cargos nos principais bancos como Itaú. Já o Novo, fundado em 2011, em sua primeira eleição ( municipal de 2016), concorreu em cinco capitais e conseguiu eleger vereadores em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte.

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Anderson Coelho Amoêdo defende retirar o poder decisório de Brasília: mais autonomia para os prefeitos e para os governos estaduais

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