Câmeras que não monitoram
Quando não se leva o gasto público em consideração, há a depreciação do patrimônio”
Soluções tecnológicas são importantes aliadas da população quando o assunto é segurança. Ferramentas relativamente antigas, as câmeras de monitoramento estão entras os suportes mais comuns em áreas privadas e públicas. Em perfeito funcionamento, podem ajudar a evitar crimes ou na identificação de bandidos. Mas não é o que está acontecendo em alguns municípios da Região Metropolitana de Londrina e do Vale do Ivaí. Dos 180 equipamentos distribuídos pelo Cismel (Consórcio Intermunicipal de Segurança Pública e Cidadania de Londrina e Região), 150 não estão funcionando.
As câmeras foram adquiridas e instaladas a partir de 2012 com verba do Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania). O problema é que elas têm tecnologia americana e só podem ser consertadas por empresas habilitadas. E no Brasil há apenas duas prestadoras de serviço autorizadas. Um orçamento foi feito para que haja a reposição dos componentes defeituosos ou da câmera, o que custaria cerca de R$ 144 mil. Um processo de licitação já está em andamento, lançado pelo consórcio para otimizar e tornar mais barato o reparo, mas a responsabilidade pelo conserto é de cada prefeitura.
A FOLHA mostrou a situação dessas prefeituras na edição desta quarta (11). Cambé, que recebeu 23 câmeras do consórcio, está com todas danificadas. Londrina foi a cidade que mais recebeu câmeras por meio do consórcio, totalizando 30. Mas 25 estão com problemas e já foram enviadas para receberem reparos.
O cidadão comum, o empresário e o administrador público sabem que tão importante quanto comprar um equipamento é preciso uma reserva no orçamento para manutenção. Tudo tem vida útil, por isso, fazer a gestão dos bens públicos é fazer bom uso do dinheiro do cidadão. Quando não se leva esse gasto em consideração, há a depreciação do patrimônio e desperdício de recursos.