Oportunismo de minoria
Num ano eleitoral é incompatível o exercício de austeridade fiscal e a oposição minoritária tenta valer-se da ausência de Mauro Ricardo Costa, que deixou a Fazenda, para convencer a governadora de que o momento é apropriado para descongelar o salário dos barnabés. Não deixa de ser uma proposta sedutora para quem acaba de entrar no Palácio Iguaçu e conta com tão poucas circunstâncias promocionais à sua frente. Se isso viesse a ser adotado Beto Richa ficaria como o vilão da história em submeter o funcionalismo a tamanho sacrifício e quem ficaria com os louros seria a oposição, incapaz por suas dimensões de criar dificuldades para o governo em seus enfrentamentos.
Soltar as amarras da barragem de custos pode abrir caminho para outras ações de sentido idêntico e que poderiam devolver o Paraná ao atoleiro vivido pelos gaúchos, e ela se somaria à derrota que o governo sofreu no STF (ministro Roberto Luís Barroso) que identificou lesão na autonomia universitária na disputa em torno da Meta 4 e deu ganho de causa à universidade estadual, ainda que reconhecendo o direito que o poder público tem de saber o gasto com pessoal.
Qualquer afrouxamento nos controles pode criar embaraços sérios não apenas para o momento atual como para 2019, cenário que Cida Borghetti irá enfrentar se reeleger-se como pretende.
O ideal seria que as normas de contenção alcançassem todos os poderes, isso se o governo tivesse um estadista no comando para convencer os demais setores - Judiciário, Legislativo, Ministério Público, Tribunal de Contas, da relevância estratégica do esforço comum na partilha de sacrifícios não ferindo tão fundo as regras de isonomia.