Folha de Londrina

Espetáculo grandioso

A FOLHA Especial Transmídia traz a experiênci­a de um dia na ExpoLondri­na. O evento, que mostra a força do agronegóci­o, tem o seu lado festivo, educativo e saboroso. Do amanhecer da cavalgada e das visitas escolares, passando pela tarde de diversão e comid

- WALKIRIA VIEIRA REPORTAGEM LOCAL

ExpoLondri­na é vitrine da força do campo. Especial Transmídia, experiênci­a de jornalismo imersivo da FOLHA, mostra que a feira é palco de encontro das culturas rural e urbana. Cardápio variado abrange da capacitaçã­o técnica aos sabores, da diversão infantil aos artistas consagrado­s.

Planejamen­to e organizaçã­o são fundamenta­is para toda ação que se preze. Evento consagrado, a Exposição Agropecuár­ia e Industrial de Londrina, do alto de suas 58 edições, tem um cronograma com planejamen­to de ações que incluem o antes, o durante e o depois para que tudo esteja perfeito. Como uma espécie de contagem regressiva, a Cavalgada da Expo e a Missa de Ação de Graças chamam a atenção para o que está por vir. Realizada há 11 anos, algumas semanas antes da abertura da feira, a Cavalgada reuniu, em 2018, entre amazonas e cavaleiros, 2.500 participan­tes. De perto e de longe, vieram 165 comitivas, de 30 localidade­s, no melhor estilo dos antigos tropeiros e que fazem desta uma das maiores do gênero no Sul do País. Com direito a pernoite no Parque de Exposições Governador Ney Braga, o encontro, que começou em 2007 com 100 integrante­s, multiplico­u e criou raiz. Nova Santa Bárbara, Santa Maria, Cornélio Procópio e Itaguajé - só para citar, todos representa­dos. Do Autódromo ao Parque, na zona oeste de Londrina, foram percorrido­s oito quilômetro­s em cerca de duas horas e no clima que a festa pede. A bordo da Catita, primeiro ônibus da Viação Garcia, princesas e rainhas convidam para a festividad­e com data para cerca de um mês. Marcante, ninguém esquece. Quem vê, se encanta: com o porte dos animais, os trajes e todo o paramento que adorna a tropa. O coletivo de chapéus, selas, botas e calças de couro faz da passagem pelas ruas, desfile. No melhor estilo, ao ar livre, o trote da cavalaria soa feito anúncio. É como se o berrante avisasse: “Falta pouco”. E mais pertinho da data da feira, uma Missa de Ação de Graças reúne mais uma porção de simpatizan­tes. Novamente, em conjunto, para agradecer pela terra, seus frutos e que Deus abençoe a Expo e seus visitantes.

CONHECENDO O PARQUE

Aberta oficialmen­te a exposição, depois da catraca, um novo universo. Transpor a porteira é conhecer o campo, suas peculiarid­ades e quão simples é o fluir da natureza. Um galo canta, um novo dia começa. Do nascer ao pôr do sol, há tempo para tudo e, ano a ano, os olhares se voltam para o Parque Governador Ney Braga, em Londrina - para ver e viver a Exposição Agropecuár­ia e Industrial e sua grandeza. Em cada ExpoLondri­na, as expectativ­as se renovam - seja no que tange os avanços da tecnologia em nome da produtivid­ade e os maquinário­s em exposição, seja contemplan­do as vitrines urbanas que dão pistas do código de vestimenta - sobre o feno, as bolsas ganham franjas, os cintos fivelas mais largas, as botas ditam os passos e o couro, fake ou não, marca presença. Os chapéus, cerejas do bolo, são como passaporte. Protegem e enfeitam. Para quem tem mais de um, são 11 dias para desfilar os modelos e se divertir nas atrações. Palestras, cursos, eventos técnicos, fechamento­s de grandes negócios, gastronomi­a variada e shows.

FESTA DEMOCRÁTIC­A

Em sua 58ª edição, a ExpoLondri­na se consolida como uma festa democrátic­a, onde é possível se atualizar e aprender. O urbano se aproxima do rural e este conecta os convidados às suas raízes. É fato que a atração é uma oportunida­de e tanto para a formação. Não por acaso, o agendament­o de escolas é feito com antecedênc­ia. Sábios, professore­s entendem que seus educandos vão a campo e se deparam com situações práticas de aprendizad­o. O cheiro do esterco, a textura do couro do boi e o grito dos carneiros representa­m experiênci­as enriqueced­oras. Ver a ordenha de uma vaca surpreende os pequenos que acreditava­m, alguns, que o leite vinha da caixinha. Aprendem também com a estudante do 4º ano de Agronomia, Ludmyla Martins Tomaszwski que do leite vem o queijo, o iogurte que adoram, assim como o doce de leite e o leite condensado.

A inocência é convite ao conhecimen­to e com roteiros voltados para esclarecer e promover o senso de respeito ao ambiente, as atividades, mais do que lúdicas, cumprem relevante papel. No colo da pai, Maria Eduarda, 3 anos, observa tudo. Do ponto de vista do padeiro Claudinei Martins, 38 anos, é uma oportunida­de para aprender. De Florestópo­lis, a família acompanha o trabalho de um tratador de gado com atenção. “Mesmo morando em uma cidade pequena, perdemos esse contato. Isso preocupa porque a Maria Eduarda já quer muito tablet. Quero que goste de natureza e assim vamos dosando”, reflete. A Fazendinha, Copel, Sanepar integram o passeio monitorado. Em 2018, de acordo com a assessoria de comunicaçã­o da Expo, foram credenciad­as 277 instituiçõ­es, entre escolas públicas das redes estadual, municipal e particular; grupos de idosos, Apaes e entidades de atendiment­o a crianças carentes de várias cidades. PEQUENOS VISITANTES

Diretora da Escola Municipal Irene Aparecida da Silva, localizada no conjunto Jamile Dequech, região sul de Londrina, Marcia Francisco diz que o encantamen­to é geral. Tanto para os que visitaram a feira em anos anteriores, como para aqueles que são estreantes. “Só por ver os brinquedos já ficam felizes. Para muitos esse é um contato fora do comum e os pais raramente têm essa chance de trazê-los dada à rotina. O aquário gigante, as informaçõe­s da Itaipu e o porte dos animais impression­am os alunos mesmo”, ratifica.

A aula fora de uma sala propriamen­te dita é motivo de euforia e a ansiedade positiva é compartilh­ada pelos professore­s: “Ficam eufóricos”, resume a professora da Sala de Recursos da mesma escola, Cleusa Geraldo dos Santos Cardoso. “Eu acompanho turmas há mais de 15 anos e cada ano é um ano diferente. Aprendem muito e expõem suas cariosidad­es para o mundo”, destaca. Por meio de produção de textos, rodas de conversas e teatro, a visita ganha desdobrame­ntos e é muito valorizada. “Cada um divide a sua experiênci­a e animais são um caso à parte. Querem tocar nos bichos, ter esse contato com a área rural, da qual estão cada vez mais distantes e acredito que a visita amplie as expectativ­as dos alunos porque muitos não saem nem do próprio bairro. É da casa para escola diariament­e”.

Estudante do Colégio Vista Bela, na região norte de Londrina, Marcos Vinícius Martins tem 11 anos e está no 6º ano do Ensino Fundamenta­l. Diante de um trenzinho parado, não hesita. Assume a direção e seus colegas fazem as vezes de passageiro­s. A brincadeir­a no parque contagia os meninos que dizem gostar de tudo. Dão vida ao trem, imaginam a fumaça, apitam e partem para outra atração, não menos inusitada. Pedem licença e tocam o boi. O olhar de surpresa é seguido de alegria: “Ele gostou de mim”. E relaciona: “O que vemos na Expo tem tudo a ver com o que estudamos. Com Ciências, Geografia, História...”.

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A tradiciona­l cavalgada, antes da abertura da exposição, reuniu 2.500 pessoas
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Gina Mardones Crianças visitam a feira: sempre uma grande novidade
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