O crescimento do empreendedorismo por necessidade
Muitos que empreendem por necessidade não tiveram outra escolha”
Acrise fez o empreendedorismo por necessidade crescer muito no Brasil nos últimos anos. Surpreendidos com a demissão, muitos trabalhadores desistem do emprego formal para abrir um negócio ou se arriscam na informalidade. É um caso diferente do empreendedorismo por oportunidade.
No Paraná, o número de pessoas que se lançou nesse tipo de desafio é grande. Segundo dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), o número de pessoas trabalhando com carteira assinada no Paraná caiu de 2,477 milhões para 2,218 milhões do quarto trimestre de 2014 para o mesmo período de 2017. A queda é de 10,4%. São 259 mil empregos a menos. Por outro lado, o aumento dos que trabalham por conta própria foi de 12,1% - de 1,198 milhão para 1,344 milhão. Significa que cerca de 146 mil paranaenses foram para a informalidade durante a crise.
Conforme a PNAD, proporcionalmente, o trabalho informal cresceu mais no Paraná que na média nacional. No final de 2014, 21,765 milhões de brasileiros trabalhavam por contra própria. Já no fim de 2017, eram 23,198 milhões - um aumento de 6,5%. É preciso ter cuidado ao comparar o número de uma unidade da federação com o total do País. Lembrando que o Sul e o Sudeste sentiram de maneira mais forte o impacto pelo corte de empregos com carteira assinada, pois nessas duas regiões há presença forte da indústria e da construção, setores bem prejudicados durante a recessão.
Muitos que empreendem por necessidade não tiveram outra escolha, não foi por livre e espontânea vontade, mas uma saída para sustentar a família ou complementar a renda. É o caso de boa parte dos motoristas de aplicativos. Mas é certo que muitas dessas pessoas que se lançaram em “carreira solo” vão descobrir que é possível empreender em tempos de crise e se sair bem. É claro que o sucesso vai ajudar mais aqueles que se planejaram, buscaram aprender sobre o novo negócio, fizeram gestão, inovaram e aproveitaram bem as oportunidades. Uma tábua de salvação pode virar um bom negócio.