“Estou seguro do que quero”
Marcelo Apolinário, 45, é um dos que perderam emprego durante a crise e não conseguiram se recolocar no mercado de trabalho. Ele era gerente nacional de compras de uma multinacional e foi demitido em março de 2016. “Procurei emprego durante todo o ano e não consegui. Não queria voltar para São Paulo. Resolvi empreender”, conta.
Até duas semanas atrás, Apolinário ficou na informalidade. Hoje, é MEI (Microempreendedor Individual). Montou a KiiManá Espaço Gourmet, na qual trabalha com a esposa Lilian Diniz Apolinário. “Começamos fazendo marmitex para vender para os amigos como teste. Morávamos num apartamento pequeno e tivemos de mudar para uma casa com cozinha maior”, explica.
Ele diz que a concorrência está grande. “A crise levou muita gente a empreender por necessidade. Tem muita gente fazendo comida para vender. E os próprios restaurantes passaram a fazer o mesmo”, afirma. Vendendo hoje 40 marmitex por dia, ele tem expectativa de um crescimento modesto até o fim do ano, de apenas 10%.
Apolinário diz que está conseguindo “pagar as contas” com sua nova atividade. Acredita que, se a economia estivesse aquecida, sua situação seria bem melhor. Quando isso ocorrer, ele aposta que a concorrência irá diminuir. “Muita gente vai voltar a ser empregado.” Mas não é o caso dele. “Estou seguro do que quero. Quero empreender”, garante. Prova disso é que, no final de 2017, montou uma cozinha fora da residência. “Temos projeto de incluir novos produtos”, conta.