Autismo: o que nós como sociedade podemos fazer?
Neste dia 2 de abril foi comemorado o dia de Conscientização sobre o Autismo. No mundo inteiro as pessoas vestiram azul e monumentos mudaram de cor, para chamar a atenção da sociedade sobre este transtorno mental, de causa genética, que afeta na maioria meninos (por isso a cor azul), com prevalência atual de um a cada 68 crianças, com estimativa de dois milhões de crianças no Brasil. É chamado de Espectro Autista, pois há grande variação na intensidade dos sintomas, de graves a leves, porém todos com a dificuldade na interação social, tendendo a isolamento, alteração da linguagem (uns nunca vão falar; outros falam, mas tem dificuldade na comunicação) e comportamentos repetitivos, não aceitando serem contrariados, não suportam barulhos e locais com muita gente, não olhando nos olhos, etc.
Primeiramente quero agradecer ao vereador Jairo Tamura, que tem abraçado a causa e dado apoio às mães dessas crianças. Fiquei muito feliz de participar na Câmara de Vereadores da solenidade e ver representantes da Saúde e Educação, ao lado de políticos, como o prefeito Marcelo Belinati, comemorando a entrega do cartão de identidade das crianças com diagnostico de TEA. Me fez ter esperança de dias melhores para estes pacientes: serem respeitados e cuidados nas escolas, terem atendimentos multidisciplinares adequados, com vaga nas instituições que trabalham com o método adequado para o autismo, sem sofrimentos e humilhações para o paciente e suas famílias(como já vi muito disso ocorrer). Ninguém está livre de ter um caso de deficiente na família, principalmente do Transtorno do Espectro Autista. Está comprovado que o diagnóstico precoce e estimulação fazem a evolução ter um melhor prognóstico, melhorando a interação, a linguagem e o comportamento. Por isso a importância da divulgação e esclarecimento à sociedade. Para que não só profissionais que trabalham com crianças da área da saúde e educação se atentem aos sintomas precoces e encaminhem para diagnóstico, como a população em geral.
Autismo não ocorre por culpa das mães, não é psicose, não é falta de interação e amor das mães para com seus filhos. É defeito genético no funcionamento cerebral, fazendo com que essas pessoas tenham comportamentos diferentes. Desde que me especializei em Autismo e Síndrome de Asperger, em 2009, já vi grandes melhorias em Londrina para auxiliar a essas crianças. Porém, temos que fazer muito mais.
Que a sociedade entenda as dificuldades desses seres humanos e as respeitem. Aceitando as diferenças e respeitando nosso próximo estaremos colaborando para um mundo bem melhor. A luta é árdua e deve ser de todos nós.
Autismo não ocorre por culpa das mães, não é psicose, não é falta de interação e amor das mães para com seus filhos. É defeito genético no funcionamento cerebral” Maria Stela Lessa Paganelli, neuropediatra em Londrina, professora da UEL e médica na Apae e COL (Centro Ocupacional de Londrina), apaixonada pelo TEA