Professores de creches filantrópicas fazem paralisação
Professores de 50 creches filantrópicas de Londrina suspendem as atividades nesta quinta-feira (19) em protesto à proposta de reajuste salarial apresentada pelo sindicato patronal, considerada muito baixa. A paralisação irá afetar cerca de 6 mil alunos e o Sinpro (Sindicato dos Profissionais das Escolas Particulares de Londrina e Região) promete iniciar uma greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira (23) caso os patrões não revejam os percentuais de reajuste.
“Hoje de manhã tivemos uma reunião patronal na Secretaria Municipal de Educação e não houve nenhum avanço. A paralisação para amanhã está mantida”, afirmou o presidente do Sinpro, André Cunha. A decisão pela paralisação foi definida no último sábado (14), após duas assembleias realizadas para discutir a questão salarial dos professores dos CEIs (Centros de Educação Infantil) filantrópicos e das escolas particulares de Londrina e região.
Segundo Cunha, o sindicato patronal ofereceu reajuste de 2% para os professores de escolas particulares, o que corresponde a R$ 21, e de 1,89% para as creches filantrópicas. “A pior situação é das escolas particulares. O piso dos professores dessas escolas hoje é de R$ 1.033,00. Das filantrópicas o piso é um pouco maior, de pouco mais de R$ 1.400,00. Isso para uma jornada de 30 horas”, disse o sindicalista. Os professores reivindicam reajuste de pelo menos 10%, além de aumento da hora-atividade e da bolsa de desconto para filhos de professores. Eles também pedem a participação do sindicato na revisão das rescisões de contratos de trabalho.
O presidente do Sinpro calcula que em uma grande escola privada de Londrina, com mais de 400 alunos matriculados, a mensalidade paga por cem alunos é suficiente para cobrir toda a folha de pagamento. As outras mais de 300 mensalidades representam o lucro da instituição. Em Londrina, há 900 escolas e CEIs filantrópicos que empregam dez mil professores.
Na paralisação desta quinta-feira, os professores dos CEIs irão se reunir na rotatória das avenidas Madre Leonia Milito e Ayrton Senna, na Gleba Palhano (zona sul), e seguirão em passeata até a Secretaria Municipal de Educação, na rua Mar Vermelho. Os professores das escolas particulares não irão aderir à paralisação, mas nestas unidades haverá panfletagens para informar os pais e alunos sobre as reivindicações da categoria.
Neste sábado (21), às 9 horas, uma nova assembleia irá definir se os professores das creches filantrópicas iniciam ou não a greve por tempo indeterminado a partir da semana que vem. A secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes, disse que o órgão trabalha para evitar uma paralisação mais prolongada nos CEIs. A prefeitura estuda aumentar o repasse às unidades filantrópicas para que elas possam utilizar o aumento para reajustar os salários dos professores.