Sobe inadimplência das micros e pequenas empresas
Estudo da Serasa Experian aponta que 5,9% das MPEs do Paraná estavam negativadas em fevereiro
Ainadimplência das MPEs (micros e pequenas empresas) em fevereiro foi a mais alta desde março de 2016, mas há uma desaceleração do crescimento de empresas negativadas, segundo estudo da Serasa Experian, divulgado recentemente. Cerca de 5,025 milhões de micros e pequenas empresas no Brasil estavam com as contas atrasadas, o que representa 21,9% do total de companhias deste porte.
A quantidade de MPEs com contas em aberto em fevereiro de 2018 era 11% superior ao registrado em fevereiro do ano passado, quando 4,525 milhões de negócios desse porte estavam com dívidas em atraso.
As prestadoras de serviços (45,9%), empresas comercias (44,9%) e indústrias (8,7%) são as mais devedoras. No Paraná há 5,9% de empresas negativas, ficando atrás de São Paulo (32,8%), Minas Gerais (11%), Rio de Janeiro (8,2%) e Rio Grande do Sul (6%).
Segundo os economistas da Serasa, a alta de 0,5% em fevereiro do total de MPEs inadimplentes foi a menor dos últimos dez meses. Em janeiro, a alta havia sido de 1,2%. Os economistas acreditam que isso pode ser um sinal de que, com a maior disseminação do crescimento econômico e com as sucessivas quedas das taxas de juros, a alta da inadimplência pode estar chegando ao seu final.
O gestor de ambiente de negócios do Sebrae Norte, Sérgio Garcia Ozorio, comentou que a percepção é de uma retomada dos pagamentos em atraso. “A impressão é de que as pessoas estão revendo suas contas junto aos fornecedores, bancos e governo”, disse. Em 2017, de acordo com uma pesquisa do Sebrae, 93% das micros e pequenas empresas eram devedoras.
IMPOSTOS
No ano passado, em torno de 35% das pequenas estavam com impostos atrasados no País. A inadimplência média de ICMS (Imposto sobre Comercialização de Mercadorias e Serviços) do Paraná caiu de 2,77%, em 2016, para 2,51%, em 2017. De acordo com a Secretaria Estadual da Fazenda, há um fluxo constante de contribuintes pela regularização dos débitos.
Na região de abrangência da Delegacia Regional da Receita Federal de Londrina, há 9.268 contribuintes pessoas jurídicas com impostos atrasados entre 2016 e 2018, totalizando R$ 47.381.332.422,47. O Simples Nacional é o tributo com maior inadimplência com 5.945 empresas negativadas.
Com a derrubada do veto do presidente Michel Temer ao Refis, na semana passada, pelo Congresso Nacional, os devedores das micros e pequenas empresas poderão aderir ao programa de refinanciamento que concede descontos de juros, multas e encargos e parcelamento dos débitos. Agora a Receita Federal aguarda a publicação da resolução que regulamenta os prazos do programa.
De acordo com o gestor do Sebrae, o Refis vem em um bom momento e deve auxiliar as empresas inadimplentes, mas ele aconselha que, antes
do empresário aderir ao programa, é preciso analisar a capacidade de pagamento.
INDICADOR O índice de inadimplência empresarial realizado pela Equipo Gestão, empresa especializada em gestão de contratos e terceiros, caiu no primeiro bimestre de 2018 em relação ao mesmo período do ano passado. A impressão é de que as pessoas estão revendo suas contas junto aos fornecedores, bancos e governo”