Vereador nega que votos contra CPforam discutidosemjantar
O vereador Jamil Janene ( PP) foi ouvido na manhã dessa quinta- feira ( 19) pelo Gepatria (Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa), que abriu procedimento no início da semana para investigar supostas indicações ao Executivo para barrar a CP (Comissão Processante) contra os vereadores Rony Alves ( PTB) e Mário Takahashi (PV), réus na Operação ZR-3.
Janene foi um dos quatro votos contrários à abertura da CP, que teve o apoio da maioria dos parlamentares e pode culminar com a cassação dos dois vereadores após a conclusão das investigações. Além de Janene, votaramcontra a CP os vereadores Guilherme Belinati (PP), Péricles Deliberador (PSC) e o suplente Emanoel Gomes (PRB).
Questionado pela FOLHA sobre umchurrasco que teria sido realizado em sua casa no último dia 12 de abril, Janene respondeu que todos os vereadores foram convidados e apenas cinco não compareceram. Além disso, membros do governo estadual e a equipe do prefeito Marcelo Belinati (PP) também teriam participado da festa. Ele negou que o jantar tenha sido usado para combinar votos para “salvar” os mandatos dos vereadores afastados após a Operação ZR-3.
No início da sessão desta quinta-feira (19) na Câmara, Janene pediu a suspensão da sessão e discursou por mais de 20 minutos no plenário. “Votei contra ( a CP) porque não vi nenhuma vírgula que incrimine Rony ou o Mário”, justificou o vereador, que ocupa o cargo de corregedor da Câmara.
“Como vereador, eu votei contrariamente, pois passei por esse mesmo constrangimento há oito anos. Eu também sofri umprocesso, o juiz aceitou também. Naquele momento, eu fui afastado do meu mandato de vereador . Só não usei tornozeleira, pois não existia. E aquela Legislatura não abriu processo de cassação, confiando que eu não devia nada”, lembrou Janene. Ele acabou absolvido nos processos.
O prefeitoMarcelo Belinati também negou nesta quinta que indicações de verea- dores a cargos no Executivo estejam relacionadas com a investigação contra os parlamentares. “Eu nunca me intrometi em assuntos internos da Câmara, nem cabe ao prefeito esse tipo de ação. Aliás, o objeto da investigação contra os dois são de fatos referentes à administração anterior. Nunca interferi e nunca irei interferir. Não existe isso.”