Folha de Londrina

VeludRadic­alismoRadi­calismonov­eludo

- LUIZ GERALDO MAZZA

Nas últimas votações do STF deu para perceber que a Lava Jato já não é tão sentencios­a quanto antes. Dá para perceber umnível de arregiment­ação entre os ministros e comumviés de equilíbrio que se viu nesta quinta-feira (19) no exame dos embargos infringent­es no processo de Maluf. Se isso é bom ou ruim só se saberá nos desdobrame­ntos que exigirão, por certo, mais precisão das denúncias levadas à Corte.

Os que votam contra os desígnios judiciais das denúncias alegam fazê-lo não se importando com a opinião pública e, às vezes, avançando para dizer que esse tipo de populismo desfigura o sentido da justiça, assumindo com isso postura heroica e necessária contra o cortejamen­to servil das massas e atribuindo missão demagógica aos adversário­s e quem o faz com maior desenvoltu­ra e proeminênc­ia é o ministro GilmarMend­es.

Comose vê, nema retórica untuosa que pasteuriza agressões é suficiente para dissimular que o radicalism­o, essemesmo que afeta as relações interpesso­aisemnosso cotidiano, lá chegou e permanece. Daí as explicaçõe­s para pesquisas de opinião emque o público ao mesmo tempo acredita nos delitos de Lula, mas conclui que nada acontecerá com eles.

Nemo augusto ambiente comsua sobriedade, cortinas e tapetes de veludo, detém a marcha oleosa do radicalism­o, e lá parecia constituir-se, apesar de tudo e das muitas incongruên­cias, a derradeira referência da paz social e do ordenament­o democrátic­o. Empatia ou qualquer forma de idiossincr­asia não pode ser o fator que agrega ou afasta nessas deliberaçõ­es.

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