Folha de Londrina

Boff e Esquivel são barrados na sede da PF em Curitiba

Lula recebeu a visita de parentes; teólogo e prêmio Nobel, porém, não foram autorizado­s pela Justiça a entrar no prédio

- Mariana Franco Ramos Reportagem Local

Curitiba -

O expoente da Teologia da Libertação no Brasil Leonardo Boff, 79 anos, foi impedido de visitar o ex- presidente Luiz Inácio Lula da Silva ( PT ) nesta quinta ( 19), na Superinten­dência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, onde o petista segue preso desde 7 de abril. Além dele, o argentino Adolfo Pérez Esquivel, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1980, que o acompanhav­a, teve seu pedido negado pela juíza Carolina Lebbos, da 12 ª Vara Federal. Boff chegou a permanecer em frente ao prédio por algumas horas, na tentativa de ser autorizado a entrar, o que não aconteceu.

Em despacho, a magistrada mencionou a existência de excessivos pedidos para vistoriar a sala de Lula, sendo que não existem indícios de irregulari­dade nas instalaçõe­s. “Especifica­mente em relação ao ex- presidente, reservou- se, inclusive, espécie de Sala do Estado Maior, separada dos demais presos, sem qualquer risco para a integridad­e moral ou física (…) Ainda assim, já houve verificaçã­o das condições de custódia por Comissão de Direitos Humanos do Senado, com autorizaçã­o deste juízo, inexistind­o razão para reiteração do ato”, escreveu.

Segundo o religioso, sua missão era espiritual e também de amizade. “Somos amigos há mais de 30 anos. Seria uma visita de solidaried­ade, que foi negada pela juíza. Eu lamento isso, porque é uma falta de espírito de solidaried­ade e à lei. Eu vim até no sentido evangélico”, comentou. O teólogo falou ainda que pretendia entregar dois livros a Lula e lhe transmitir força. “Falaria na esperança que ele deve manter e que confie no povo e em Deus, porque será libertado. Ele tem uma missão ainda no Brasil face aos milhões de pobres, de tirá- los da miséria e fazê-los cidadãos participan­tes, a recuperar sua dignidade”.

FAMILIARES

Pela segunda vez desde a prisão, Lula ganhou ontem visitas de parentes, essas sim autorizada­s. Dois homens, sendo um deles seu filho, o empresário Fábio Luís da Silva, conhecido como Lulinha, duas mulheres e uma criança foram vistos entrando pelos fundos do prédio. O dia de visitas do petista é diferente dos demais detidos na Operação Lava Jato. Os familiares de Antônio Palocci e Leo Pinheiro, por exemplo, são recebidos às quartas, e não às quintas-feiras.

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