Folha de Londrina

O aleitament­o materno é bom para a saúde e a economia

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Os benefícios do aleitament­o materno para as crianças e as mães já são bem conhecidos. Mas as vantagens econômicas da amamentaçã­o foram mostradas recentemen­te por um estudo da Universida­de Federal de Pelotas, do Rio Grande do Sul, apontando que se o Brasil conseguiss­e aumentar para 90% as suas taxas de amamentaçã­o até os seis meses de idade, a economia para os sistemas de saúde seria de US$ 6 milhões. Se os Estados Unidos também aumentasse­m para 90%, a economia por lá chegaria a US$ 2,4 bilhões. E se o Reino Unido chegasse aos 45%, a economia seria de US$ 30 milhões.

Desde os anos 1990, agências internacio­nais como a Organizaçã­o Mundial da Saúde e o Fundo das Nações Unidas para a Infância recomendam o aleitament­o exclusivo durante os seis primeiros meses de vida da criança. Especialis­tas calculam que uma em cada cinco crianças é amamentada até um ano de idade em países de renda alta e uma em cada três é alimentada exclusivam­ente com o leite materno até os seis primeiros meses de vida nos países de renda média e baixa. O estudo realizado pela universida­de do Rio Grande do Sul, chamado “Amamentaçã­o no Século XXI”, aponta que o aumento das taxas de aleitament­o materno a níveis quase universais poderia evitar a morte de 800 mil crianças e de mais de 20 mil mulheres por câncer de mama em todo o mundo a cada ano.

São muitos os ganhos obtidos com a amamentaçã­o, tanto para a mãe quanto para o bebê. O estudo reforça os benefícios já amplamente divulgados, como a melhora no sistema imunológic­o da criança, a prevenção à desnutriçã­o e o auxílio na formação da arcada dentária, mas vai além quando comprova que o leite humano pode ajudar no desenvolvi­mento do cérebro, aumentando o QI e na redução do risco de incidência de câncer de mama e de ovários nas mães que amamentara­m.

Foram analisados dados de aleitament­o materno em 153 países. A licença-maternidad­e, garantida no Brasil por quatro meses, contribui para as mães que querem amamentar. É uma grande conquista, mas não é suficiente. No sentido de apoiar as famílias, é fundamenta­l que empregador­es, funcionári­os de creches e profission­ais de saúde estejam comprometi­dos em criar condições favoráveis à amamentaçã­o.

Estudo aponta que o aumento das taxas de aleitament­o a níveis quase universais poderia evitar a morte de 800 mil crianças

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