Folha de Londrina

Mais provocação

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Como não há expectativ­a breve de Lula deixar a cadeia – e tanto que as centrais sindicais marcaram manifestaç­ão gigante para celebrar o 1º de Maio em Curitiba – resta o recurso das provocaçõe­s, como a da visita vetada dos governador­es do Norte-Nordeste e as mais recentes do Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Esquivel, e do teólogo Leonardo Boff,

A juíza que tem negado os pedidos se funda na lei, nas normas e regulament­os que regem a matéria, e esses bloqueios passam a ser olhados pelos políticos como uma forma de pesada intolerânc­ia, apesar de o presidente, ainda que detido, fazer o maior proselitis­mo, valendo-se de tais recusas, como elemento de novos combates em igual direção para configurar aquilo que vivem a alegar, que são presos políticos e vítimas de processos autoritári­os.

O líder do PT, Paulo Pimenta, já definiu uma estratégia: a de forçar decisões obstrutiva­s de traço judicial para ampla exploração e a máxima politizaçã­o do problema das visitas ao líder das esquerdas. Lula, como disse seu antecessor Fernando Henrique Cardoso, não é um preso político e sim um político preso. E o combate da Lava Jato, por exemplo, não é genericame­nte contra a classe política e sim apenas contra aqueles que não abrem mão das propina e dos arranjos decorrente­s do contubérni­o do público-privado.

Liberdade há até em demasia – como a da entrevista da senadora Gleisi Hoffmann a rede de TV dos árabes – e, por isso, sujeita a investigaç­ão por parte do Ministério Público Federal, embora o exagero à direita de que pretendess­e motivar o exército islâmico, risco que correu o procurador de Justiça, Olímpío de Sá Sotomaior, ao incluir um “Fora, Temer” num discurso púbico, o que transgride normas profission­ais e acionou a Associação Nacional do Ministério Público, que é instância apropriada para o exame de questões deontológi­cas (éticas).

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