O que dizem os comerciantes
Na avenida Higienópolis, entre as ruas Riachuelo e Henrique dos Santos, estão localizados dois postos de gasolina, duas distribuidoras de bebidas e outros estabelecimentos comerciais cujo estacionamento é ocupado por jovens nas noites dos finais de semana.
O principal ponto de venda de bebidas e alvo das críticas é o posto na esquina da avenida Higienópolis com a rua Riachuelo, próximo ao Colégio Estadual José de Anchieta que tem cerca de 900 alunos nos três períodos do dia. “A cidade inteira é cliente aqui”, reconhece o empresário Sandro Sanchet, desde 2001 no comando do estabelecimento. Ele diz que é a favor do projeto de lei em discussão na Câmara, no que tange a busca pela ordem no local, mas também demonstra preocupação com relação às multas. “O problema é que 3h, 4h da manhã chega alguém, mesmo com a loja fechada e fica fazendo barulho. Aí, não tem mais o que fazer, isso é um problema”, diz.
Para ele a aprovação do projeto com o texto atual não representaria queda no faturamento. “Nesse horário, 23h30, meia-noite não poder beber na rua, se tiver fiscalização, vai funcionar. Aí não prejudica o comerciante de forma alguma. Agora, a ideia de querer multar o comerciante que vende, aí não”, afirma.
Alisson Gasparini é sócioproprietário de uma distribuidora que fica logo abaixo do “ponto mais polêmico”. Ele montou o negócio há oito meses e estima que entre 400 e 500 pessoas sejam clientes. Garante que esses são sempre orientados a abaixarem o volume, mas é impossível controlar.
“Na verdade o problema não está em frente ao estabelecimento. Todos cuidam da frente, o problema é nas laterais. Nós mesmos ligamos para a polícia e explicamos onde estão as pessoas, só que os caras não vão no problema, eles vêm direto na gente”, afirma.
A funcionária de outra distribuidora, que pediu para não ter o nome publicado, disse que acredita que os comerciantes não vão aguentar pagar as multas e, ao invés de solucionar um problema, o projeto vai acabar criando outros.
“Eu acho que o interessante era colocar polícia orientadora, um casal de policiais ou até mesmo dois homens, para orientar a molecada. Eu acho que quem está ali pra fazer coisa errada não vai fazer. Não vão fazer algazarra, nem quebrar garrafas nem usar drogas”, diz.