Folha de Londrina

LUIZ GERALDO MAZZA

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Como não há expectativ­a breve de Lula deixar a cadeia, resta o recurso das provocaçõe­s, como a da visita vetada de governador­es

Criado com algum barulho excessivo, mas necessário para as áreas envolvidas, o problema das dívidas oficiais com oficinas encarregad­as da correção e manutenção da frota deve ter resposta imediata para mostrar a que veio a governador­a, diante de uma questão crônica na qual se envolveu o primo, cada vez mais distante, do ex-governador,o Luis Amin, numa das operações do Gaeco. Ocorre que, embora haja tolerância com questões menores como essa que perturbam e até bloqueiam o fluxo burocrátic­o, é indispensá­vel que a nova administra­ção as considere relevantes e com respostas imediatas.

Se houver tolerância, será desídia e sustentará a cultura habitual de botar as coisas tidas como menores por baixo do tapete. Jamais tivemos uma experiênci­a de tolerância zero com questões desse porte, até porque a crise fiscal respondia por esse estado de coisas. Não é um assunto menor boa parte da frota pública, inclusive de áreas de polícia, bombeiros e saúde, estar fora de combate porque as partes envolvidas não se entendem e deixam de cumprir, em nome do poder público, as suas obrigações.

É um teste inaugural para o governo, e a forma enérgica com que a governador­a se referiu ao tema gera a expectativ­a de que essa deformação cultural, depois de vigorar por tanto tempo, aparenta estar agora com seus dias contados. Isso não é pouco nem pequeno, razão pela qual coloca o governo numa situação extrema: é que se uma questão como essa não é resolvida – e com a máxima rapidez - nada se resolverá.

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