Um terço dos vereadores mira vaga na Assembleia Legislativa
Pelo menos seis dos 19 vereadores de Londrina deverão tentar alçar voos maiores nas eleições de outubro. Parlamentares buscam espaço nas legendas para lançar candidaturas à Assembleia Legislativa. Confirmações ocorrerão após as convenções partidárias, mar
Por enquanto, nos corredores da sede do Legislativo londrinense as conversas apontam para a candidatura de pelo menos seis dos 19 vereadores nas eleições de outubro. Isso sem falar dos vereadores Mário Takahashi (PV) e Rony Alves (PTB), afastados por 180 dias das atividades parlamentares por conta da Operação ZR3 e que não estão inelegíveis.
Gui Belinati (PP), assim como Filipe Barros (PSL), não deve nem esperar o fim do primeiro mandato na vida pública para concorrer a um cargo de maior relevância, no caso, à vaga de deputado estadual. Confiança assegurada por 5.409 votos (o segundo vereador mais bem votado nas eleições municipais de 2016) e pelo sobrenome conhecido na política londrinense. Guilherme Antonio Belinati Pereira é neto de Antonio Casemiro Belinati, exradialista, ex-deputado e exprefeito cassado de Londrina, mesma família do atual prefeito Marcelo Belinati (PP).
Outra provável candidatura é a do vereador José Ro- que Neto (PR), que nesta legislatura substituiu o vereador cassado Emerson Petriv. Roque fez 6.660 quando se lançou candidato à AL há quatro anos.
Junior Santos Rosa (PSD), reeleito vereador com 3.038 votos, obteve 8.250 quando concorreu a deputado estadual pelo PSC em 2014. Neste ano, Junior deve sair em campanha à Assembleia, ainda pelo Partido Social Democrático, de Ratinho Júnior (PSD), que concorre ao governo do Estado. Também do PSD existe mais uma provável candidatura, a do vereador e ex-presidente do Londrina Esporte Clube, Felipe Prochet. “Recebi o convite, mas ainda não aceitei”, afirma Prochet.
Outro vereador que deve sair em campanha para deputado estadual é Douglas Carvalho Pereira, o Tio Douglas (PTB). “Houve a sinalização do partido e eu me coloquei à disposição”, diz o parlamentar. Eleito suplente nas eleições de 2016 com 2.845 votos, ele assumiu a superintendência da Acesf (Administração dos Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina), onde permaneceu por pouco mais de um ano até retornar à Câmara Municipal de Londrina após o afastamento de Rony Alves.
E há, ainda, a já confirmada candidatura do vereador Filipe Barros, recém-desfiliado do PRB (Partido Republicano Brasileiro) e filiado ao PSL (Partido Social Liberal) de Jair Bolsonaro na chamada “janela partidária” para disputar a vaga de deputado federal.
As confirmações só devem vir mesmo após as convenções partidárias, marcadas para o período entre 20 de julho e 5 de agosto, que antecedem o prazo dado pela legislação eleitoral para o registro da candidatura no TRE (Tribunal Regional Eleitoral), que neste ano é 15 de agosto.
Estando em campanha não pode haver nada institucional em que ele possa se autopromover” ATIVIDADE EM PLENA CAMPANHA
É fato que, por conta da não exigência de desincompatibilização das atividades parlamentares, assim como ocorre para os chefes do poder executivo nas três instâncias, o vereador que se lançar em campanha, principalmente a um cargo nas esferas estadual e federal, não tem nada a perder. Exceto se fizer da atividade parlamentar uma forma de se autopromover durante a campanha, lembra o procurador jurídico da Casa, Miguel Aranega Garcia.
“Estando em campanha não pode haver nada institucional em que ele possa se autopromover. Ele precisa tomar cuidado nas sessões que tenham, por exemplo, honrarias e não ter nenhuma reunião institucional em que torne aquilo promocional, ou seja, se extrapolar os limites da instituição e passar a ter uma autopromoção daquele evento. Isso é verdade, e é aí que ele pode sofrer alguma sanção”, explica Aranega, que lembra, também, que esta questão não se aplica com relação a apresentação de Projetos de Lei.
Questionado pela FOLHA o que espera dos reflexos do período de campanha na Câmara Municipal, o presidente do Legislativo, o vereador Aílton Nantes (PP), diz que acredita no bom senso. “Eles devem priorizar o trabalho da Câmara. Eu não tenho esta informação de quantos serão candidatos, por enquanto ninguém nos disse, mas eu acredito no bom senso”, afirma Nantes.