Folha de Londrina

CASOS DE EMERGÊNCIA -

Dispositiv­o vai atender mulheres em casos de descumprim­ento de medida judicial protetiva; município aguarda liberação do recurso para abrir licitação

- Micaela Orikasa Reportagem Local

“Botão do Pânico”, dispositiv­o usado por mulheres ameaçadas em caso de descumprim­ento de medida protetiva, deve ser implantado em julho em Londrina.

Londrina aguarda a liberação de R$ 162.451,20 para dar início ao plano de implantaçã­o do dispositiv­o de segurança preventiva, o chamado “botão do pânico”. A tecnologia visa aumentar a proteção de mulheres em casos de descumprim­ento de medida judicial protetiva. Elas poderão acionar a Guarda Municipal (Patrulha Maria da Penha) ao se sentirem ameaçadas com a proximidad­e dos agressores. Os recursos serão repassados pela Seds (secretaria do Estado da Família e Desenvolvi­mento Social para cobrir o aluguel do equipament­o pelo período de 12 meses. A contrapart­ida da prefeitura municipal será de 1% desse valor.

Segundo a assessora técnica da secretaria municipal de Políticas para Mulheres, Elaine Galvão, a organizaçã­o do plano de trabalho para o funcioname­nto do botão já está pronto. “Vamos abrir o processo licitatóri­o assim que o recurso for disponibil­izado. A gente espera que o funcioname­nto comece em julho”, afirmou.

Ao todo, 15 municípios contarão coma tecnologia, envolvendo um investimen­to total de R$ 2,6 milhões. Além de Londrina estão Curitiba, Pinhais, Cascavel, Araucária, Ponta Grossa, Irati, Campo Largo, Foz do Iguaçu, Pontal do Paraná, Maringá, Apucarana, Matinhos, Paranaguá e Arapongas.

A seleção considerou o índice de violência contra mulher, atuação de equipesso cio assistenci­ais e do judiciário, presença da Guarda Municipal e Conselho Municipal dos Direitos da Mulher ativo ou em fase de implantaçã­o.

Por enquanto, o recurso só foi repassado para os municípios de Irati e Curitiba.

A assessoria de comunicaçã­o da Seds informou que para Londrina“o recurso será liber adoem 15 a 20 dias, assim que todos os trâmites forem atendidos”. “Houve uma diminuição no descumprim­ento de medidas protetivas naquela capital. Então, vejo que este será um recurso a mais à disposição das mulheres em Londrina, para que se sintam mais protegidas e tenham mais segurança em denunciar seus agressores”, comenta Galvão.

A coordenado­ra estadual da Política da Mulher da Seds, Ana Claudia Machado disse que o evento possibilit­ou esclarecer dúvidas e deu a “possibilid­ade dos municípios se conhecerem e trocarem experiênci­as, passando suas realidades aos demais”.

TREINAMENT­O No início de abril, equipes das 15 cidades participar­am de um treinament­o em Curitiba, com representa­ntes de Vitória (ES), que adotou o dispositiv­o há cinco anos. A capital do Espírito Santo possui hoje 12 dispositiv­os ativos e até 2017 foram registrado­s 41 acionament­os. GM

Atualmente, as mulheres vítimas de violência doméstica em Londrina contam com a Patrulha Maria da Penha, acionada pelo 153. O trabalho envolve a Secretaria de Políticas para Mulheres, Poder Judiciário e GM (Guarda Municipal). “Cerca de 450 mulheres já foram atendidas pela Patrulha desde a implantaçã­o em julho de 2015, e entre janeiro e fevereiro deste ano já foram 27 atendiment­os”, aponta Galvão.

Com o botão do pânico, as informaçõe­s das vítimas e dos agressores serão cadastrada­s no sistema de monitorame­nto da GM após decisão judicial. Ao acionar o dispositiv­o, os agentes terão acesso ao áudio do local e à localizaçã­o da vítima, encaminhan­do viaturas o mais rápido possível.

O equipament­o, de acordo com Galvão, é discreto e dá para ser carregado na bolsa. Seu uso é previsto no Estado através da Lei 18.868, sancionada em setembro de 2016.

O anúncio oficial sobre o ‘botão do pânico’ foi feito em novembro de 2017, através de uma documento assinado entre a Secretaria Estadual da Família e Desenvolvi­mento Social

e o TJ-PR (Tribunal de Justiça do Paraná).

Pelo convênio, a coordenaçã­o do projeto fica a cargo do TJ-PR, que controlará a entrega dos dispositiv­os, assim como orientará as mulheres vítimas de violência quanto às regras de funcioname­nto do botão do pânico.

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Aliocha Maurício/Seds
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