Folha de Londrina

A culpa é do vandalismo

-

Temos que aceitar que “no Brasil é assim mesmo”? Com esse fatalismo preconceit­uoso é alimentada uma eterna política assistenci­alista. A conta é extremamen­te alta para uma sociedade que afoga em crescentes impostos e falta de real qualidade de vida. Quem lucra com isso? Os políticos heroicos, sempre solícitos que correm atrás de verbas e negócios para remendar os problemas? Será que eles se interessam verdadeira­mente pela solução dos problemas? Afinal, são os problemas que os mantêm na ativa e no foco das atenções. Quanto mais problemas, mais precisamos da ação dos políticos. Um ciclo vicioso que impede a participaç­ão comunitári­a e um desenvolvi­mento sustentáve­l. Exemplo clássico disso está sendo a reconstruç­ão da réplica do Hotel Rolândia, marco zero do início de Rolândia, que se arrasta há seguidas gestões. Quanto dinheiro já foi investido e perdido por falta de administra­ção e bom-senso na obra do hotel. A desorienta­ção, o vandalismo e o abandono parecem ser estimulado­s. Tábuas de peroba dos anos 30 têm mercado garantido. Deixá-las ao relento, inevitavel­mente, é induzir ao roubo. A cerca e a vigilância, tão cobradas pela comunidade, foram continuame­nte ignoradas pelo poder público com a justificat­iva de falta de tempo, dinheiro e projetos. A comunidade, que por conta própria e de forma voluntária se ofereceu em forma de mutirão para finalizar a obra, foi sistematic­amente dividida e neutraliza­da com uma enxurrada de burocracia. O que já se perdeu é impagável.

DANIEL STEIDLE (educador ambiental) - Rolândia

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil