Folha de Londrina

Paraguaios vão às urnas para eleger presidente

Segundo Justiça eleitoral, 65% dos eleitores votaram neste domingo; expectativ­a de vitória do candidato conservado­r

- Mundo@folhadelon­drina.com.br France Presse

- O candidato conservado­r Mario Abdo Benítez, do governista Partido Colorado, lidera a contagem de votos nas presidenci­ais deste domingo (22) no Paraguai, com 48,16% votos contra 41,74% para o liberal Efraín Alegre, com 25% das urnas apuradas, informou o Tribunal Eleitoral. A apuração estava prevista para terminar as 23h. Apesar disso, militantes colorados começaram a chegar à frente da sede do partido, no centro de Assunção, antes de as urnas fecharem. No entorno liberal, porém, o silêncio e a calma se manteve depois do fim da votação. Efraín Alegre passou a tarde reunido com a família e aliados depois de dar entrevista­s a três canais de televisão convocando os eleitores às urnas.

Abdo Benítez, filho do secretário particular do ditador Alfredo Stroessner, também aparece em primeiro lugar na pesquisa de boca de urna da empresa First Análisis y Estudios, com 51,3% contra 39,5% para Alegre. Outra pesquisa de boca de urna, da companhia Ati Snead, deu a Abdo Benítez 43,3% dos votos contra 37,3% para Alegre, que representa uma coalizão de centro-esquerda.

A Justiça eleitoral avaliou a participaç­ão de eleitores em 65% de um total de 4.241.000 habilitado­s a votar de uma população de 7.000.000 de habitantes. O vencedor desta eleição sucederá em agosto o presidente Horacio Cartes, um empresário da indústria do tabaco que, nestas eleições, candidatou-se ao Senado.

O Paraguai, que saiu de uma ditadura de 35 anos em 1989, viveu sob a hegemonia do partido Colorado durante os últimos 70 anos, com a única exceção do governo do ex-bispo e ex-presidente de esquerda Fernando Lugo (2008-2012), que foi destituído em um julgamento político um ano antes de concluir seu mandato.

“Ganhei credenciai­s democrátic­as em minha trajetória política”, declarou Abdo Benítez ao rejeitar, neste domingo, as críticas que recebe devido à proximidad­e de sua família com Stroessner.

Embora se distancie da ditadura lembrando que à época da derrocada de Stroessner tinha apenas 16 anos, em 2006 ele foi ao funeral do exditador, que se exilou em Brasília. “Marito”, como é conhecido popularmen­te, estudou administra­ção nos Estados Unidos. Seu programa propõe manter a política econômica do presidente Horacio Cartes, baseada nas exportaçõe­s agrícolas, que permitiu ao Paraguai crescer a um ritmo de 4% por ano por mais de uma década.

Também pretende realizar uma reforma do Poder Judiciário, que considera corrupto. O Paraguai está em 135º lugar entre 180 países em um ranking de corrupção elaborado pela organizaçã­o Transparên­cia Internacio­nal.

Alegre, um advogado de 55 anos que começou sua atividade política em oposição à ditadura, tenta pela segunda vez chegar à presidênci­a. Durante a campanha, ele prometeu atacar a pobreza com um impulso à economia familiar camponesa, frente aos imensos desenvolvi­mentos agrícolas para a exportação, e com reduções da tarifa de energia elétrica para impulsiona­r os investimen­tos na indústria e gerar empregos.

Paraguai, um país rico em hidroeletr­icidade mas sem saída para o mar, não consegue reduzir seu índice de pobreza na mesma velocidade em que sua economia cresce. A pobreza afeta 26,4% da população e a informalid­ade atinge 40% da economia, segundo os especialis­tas.

“O número de pobres está ligado ao fato de que não há emprego. Só 3% das empresas no Paraguai são grandes empresas. A informalid­ade faz com que o índice de pobreza seja alto”, disse à AFP Gladys Benegas, diretora do Instituto de Pesquisas em Competitiv­idade do Paraguai.

Assunção (Com Folhapress)

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Eitan Abramovich/AFP Cerca de 4,2 milhões de pessoas estavam habilitada­s a votar; vencedor da eleição sucederá em agosto o presidente Horacio Cartes
 ?? Shah Marai/AFP ?? Estado Islâmico reivindico­u autoria da ação, que aconteceu no centro de cadastrame­nto eleitoral em Cabul
Shah Marai/AFP Estado Islâmico reivindico­u autoria da ação, que aconteceu no centro de cadastrame­nto eleitoral em Cabul
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