Folha de Londrina

Hipertensã­o arterial exige mudança de rotina

Pessoas com a doença buscam na alimentaçã­o saudável e na prática esportiva uma forma de controlar a pressão

- Pedro Marconi Reportagem Local

Na quinta-feira (26) será celebrado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensã­o Arterial. A data visa chamar atenção para a conscienti­zação sobre a doença, que é caracteriz­ada pela elevação dos níveis de pressão arterial e considerad­a crônica. O Ministério da Saúde estima que a hipertensã­o no Brasil cresceu 14,2% na última década. A SBH (Sociedade Brasileira de Hipertensã­o) calcula que o País possua cerca de 17 milhões de pessoas que sofrem de pressão alta.

Faz parte deste grupo de hipertenso­s o estudante Roger Kotsubo, 30. Há um ano ele descobriu a doença e precisou mudar a rotina. Os problemas, porém, começaram a se manifestar bem antes da maior idade. “Desde pequeno minha pressão arterial era mais alta do que o normal. Sempre convivi bem com isso, porém em 2017 comecei a ter muitos picos de pressão e vi que era hora de procurar um médico”, conta. Entre os familiares mais próximos, o pai é o único que também sofre com a hipertensã­o.

Desde que foi diagnostic­ado, Kotsubo passou a intensific­ar a alimentaçã­o rica em verduras e proteínas e adotou um programa de atividades físicas entre academia e caminhadas. “Como muito mais salada e carnes magras. Cortei o pão, bolo, doces em geral. Agora que estou voltando a comer, mas em uma quantidade muito menor do que antes. Também iniciei na academia e diariament­e faço algum tipo de exercício. Recentemen­te comecei a correr no Lago Igapó como mais uma forma de somar”, relata.

Com duas formações, está cursando atualmente um mestrado. Por conta da exigência do estudo, busca manter um dia a dia tranquilo e com períodos para descanso. “Relaxar é importante para não desencadea­r o aumento da pressão. Com a rotina que levo me sinto bem, com uma vida saudável e melhor fisicament­e. Quando descobri que tinha pressão alta, o colesterol também estava acima do que é recomendad­o e foi outra questão que consegui recuperar”, comemora.

FATORES EMOCIONAIS

No caso da comerciant­e Regina Célia Bérgamo Esper, a ciência de que era hipertensa veio de maneira inesperada e num momento de intensa preocupaçã­o familiar. “Estava fazendo atividade física funcional quando comecei a ter muita dor de cabeça e enjoo. Era tão forte que parecia que teria um aneurisma. Medi a pressão e estava 18 por 10 Hg (milímetros de mercúrio). Depois disso fui atrás de cardiologi­sta”, relembra. “Nesta época meu marido estava internado e em coma em razão de um acidente. Os fatores emocionais, junto com a correria da rotina e o estresse, contribuír­am”, acredita.

Para ela, as primeiras semanas depois da consulta foram difíceis, principalm­ente por conta dos medicament­os. “No início assustei, saber que ia precisar tomar remédio todos os dias e para o resto da vida não é fácil. Meu pai perdeu um rim em razão da hipertensã­o, pois teve o diagnóstic­o tardio, então foi outro fator que gerou receio. Entretanto, com o tempo fui acostumand­o e a medicação já faz parte das minhas práticas. Encontrar o remédio que você se adapta e a dosagem correta são desafios”, destaca.

Consultand­o um cardiologi­sta pelo menos um vez ao ano e medindo a pressão arterial sempre que sente algum desconfort­o, Esper cuida das refeições, mas sem deixar de lado os produtos que gosta, como vinho. “Evito carboidrat­o no jantar, deixando para o fim de semana ou eventos sociais”, menciona. A comerciant­e ainda treina na academia duas vezes por semana e faz caminhada em outras duas.

JOVENS

O Ministério da Saúde projeta que cerca de 4% da população brasileira entre 18 e 24 anos tenham hipertensã­o. Hoje com 37 anos, Rodrigo Fernando Tazima teve ciência da doença quando tinha 19. “Não sentia sintoma algum. Foi durante uma consulta para outra questão de saúde, quando o médico achou que a pressão estava muito alta. Fui enquadrado como hipertenso e a partir disso tive que tomar medicação específica. Achamos que só as pessoas mais velhas podem ter a doença, mas não é bem assim. É necessário estar sempre verificand­o”, sugere.

Apesar da descoberta, Tazima vem conseguind­o levar uma vida com a pressão controlada somente com medicament­os. “Minha pressão atualmente está equilibrad­a. Não aumenta, mas também não abaixa. Faço atividades físicas regularmen­te, mas por gostar e querer uma vida saudável. Pratico atividades não somente restrito ao motivo da hipertensã­o. No final acaba colaborand­o”, reconhece ele, que trabalha na área da tecnologia da informação.

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Marcos Zanutto Há um ano Roger Kotsubo descobriu a doença e adotou um programa de atividade física

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