Temporada de concursos anima candidatos
Seleções municipais e expectativa pela confirmação de outros processos seletivos nos âmbitos estadual e federal dão um gás a mais na dedicação dos “concurseiros” de plantão
Oadiamento de concursos públicos por conta da crise nas contas públicas fez de 2017 um ano frustrante para quem sonha com uma carreira de servidor, mas toda essa espera passou a combustível extra para quem começou 2018 decidido a buscar seu lugar ao sol. Alguns concursos municipais como o da Prefeitura de Cambé, realizado no dia 14 de abril e o de Maringá, que está aberto, e o anúncio de grandes concursos em âmbito nacional, vêm alimentando a convicção de milhares de pessoas das mais diferentes idades e escolaridade a dedicarem tempo e recursos financeiros para galgarem uma vaga.
As motivações de quem segue por esse caminho profissional são tão diversas, quanto o perfil dos chamados “concurseiros”.“Claro que em um cenário ainda recessivo, em meio a um con- texto de transformações nas relações de trabalho, há quem cogite no serviço público a tão desejada estabilidade. Acho que isso chega a pesar mais do que a remuneração que, em parte das funções, chega a ser superior do que na iniciativa privada”, comenta a coordenadora de Gestão de Recursos Humanos da UP (Universidade Positivo), Deise Hofmeister. Na visão dela, as motivações pragmáticas – ter um emprego, estabilidade e salário acima da média de mercado – não são suficientes para todos. “Precisa ter vocação para o serviço público, do contrário a realização profissional nunca virá. Já vi casos dos dois tipos de gente com perfil para a iniciativa privada passar na esfera pública e depois desistir e o contrário também. Há de se ponderar isso para evitar frustrações e perda de tempo e dinheiro”, ressalta. Ela alerta que alguns mitos como o de trabalhar menos não procedem em muitas atividades. “Oriento sempre que o importante é refletir se existe identificação com o universo estatal. No
meu entendimento, a carreira pública é uma vocação. Entender que você tem um papel diferente do funcionário da iniciativa privada, que precisa entregar resultados condizentes aos objetivos daquele negócio. Na carreira pública, o servidor tem um papel diferente de cuidar e contribuir com a sociedade”, esclarece.