Folha de Londrina

Consumo de bebidas alcoólicas nas ruas

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Uma audiência pública na Câmara Municipal marcada para esta segunda-feira (23), no período da noite, vai discutir um tema que se tornou bastante polêmico em Londrina. Trata-se da comerciali­zação e consumo de bebidas alcoólicas em logradouro­s públicos de Londrina. O que motivou o debate neste momento é a PL (Projeto de Lei) 276/2017 que restringe a venda e o consumo desses produtos nas ruas. A proposta é do Executivo e foi encaminhad­o à Câmara no ano passado.

O projeto está em fase de recebiment­o de pareceres técnicos de várias associaçõe­s ligadas ao setor de bares e restaurant­es, Polícia Militar e outras entidades.

O PL recebeu parecer contrário da Procurador­ia Jurídica da Câmara, sob a alegação de que é institucio­nal. As entidades contrárias temem um possível corte no faturament­o dos bares e restaurant­es e a aplicação de pesadas multas.

A proposta da prefeitura define os locais como avenidas, rodovias, ruas, alamedas, praças, hall de entrada de edifícios e áreas externas de campo de futebol, mas com exceções no caso de eventos autorizado­s pelo poder público. No caso de desobediên­cia, ficam estipulada­s multas de R$ 500,00 ao consumidor e R$ 1.0000,00 ao vendedor, podendo ter o valor duplicado em caso de reincidênc­ia. O tema não é simples. Do mesmo modo que os segmentos de bares, restaurant­es e comércio de bebidas têm argumentos fortes, os moradores de imóveis vizinhos a pontos nas ruas e calçadas onde as pessoas costumam se aglomerar para beber também apresentam queixas sérias. Além do barulho que avança a madrugada, é preciso conviver com a sujeira nas calçadas: latinhas, garrafas, urina, fezes e vômito. As denúncias de vizinhos de um posto de gasolina na avenida Higienópol­is motivaram a criação do projeto.

Outros municípios brasileiro­s também passaram ou passam pelo mesmo problema. Alguns conseguira­m aprovar a proibição do consumo e venda de bebidas alcoólicas nas ruas, mas os tribunais vêm derrubando a medida por verem inconstitu­cionalidad­e. A questão é que tudo recai na educação - ou na falta dela. E também na desobediên­cia às leis que já existem para coibir esse tipo de comportame­nto e nas deficiênci­as de fiscalizaç­ão.

Entidades temem possível corte no faturament­o dos bares e restaurant­es e a aplicação de pesadas multas

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